Este domingo é de festa para os torcedores grenás, mas tem um sabor ainda mais especial para o senhor Sérgio Luiz Boff. Ele completa 80 anos na mesma data em que a S.E.R. Caxias comemora os 20 anos da conquista do título do Campeonato Gaúcho, em 2000. Detalhe: seu Sérgio estava em Porto Alegre naquele 21 de junho de 2000, quando o Caxias empatou com o Grêmio e sagrou-se campeão no Olímpico.
– A conquista do título foi o melhor presente de aniversário que ele ganhou na vida, ele conta isso até hoje e tem o maior orgulho – conta a filha Virginia Boff, referindo-se aos 60 anos de seu Sérgio, em 2000, quando ele foi convidado a acompanhar a delegação no retorno a Caxias.
Toda essa história remete ainda à infância, quando o pai, Marcelino Boff, levava o pequeno Sérgio para assistir futebol todos os domingos, ainda nos tempos do Grêmio Esportivo Flamengo (antiga denominação da Sociedade Esportiva e Recreativa Caxias) e dos jogos realizados nos campos do Grêmio Esportivo Gianella e do Fluminense.
– Quando meu pai não pode mais ir ao campo, comecei a ir com meus amigos na Baixada Rubra, depois Estádio Centenário…
O CAJU DO PORCO
Como bom “fanático” pelo clube, seu Sérgio iniciou como sócio, passando depois a conselheiro e vice-presidente social. Entre tantas histórias, uma merece ser recordada pelo caráter inusitado: o lendário Caju do Porco, ocorrido em 13 de março de 1977. Foi quando a então Tosca (Torcida Organizada SER Caxias), leia-se seu Sérgio e amigos, levou um leitão e soltou-o no Estádio Alfredo Jaconi, aos gritos de “chiqueiro”, causando enorme confusão.
– Pegamos o porco num tio meu que tinha criação. Ele foi vestido com uma camiseta ganha pela minha irmã, Marcia, de um torcedor do Juventude. No dia do jogo, chegamos na portaria do campo, o porco estava dentro de um tambor, com papel picado por cima (para disfarçar). Perguntaram o que tinha dentro, olharam e depois o PM liberou – conta.
Dez minutos antes do início do jogo, o grupo de torcedores soltou o animal por um buraco no muro do alambrado, fazendo questão de um detalhe:
– Colocamos um pouco de graxa no porco para ninguém pegar ele – recorda seu Sergio.
Assim foi: o porquinho driblou gandulas, seguranças e ainda “desfilou” pelo campo até ser capturado. Resultado do jogo? Caxias 1x0 Juventude.
A família e o trabalho
Morador “raiz” do bairro de Lourdes, Sérgio Luiz Boff nasceu em 21 de junho de 1940, em Caxias do Sul. De seu casamento com Roseli Maria Beux Boff, em 12 de janeiro de 1966, nasceram as filhas Virginia e Patrícia, que lhe deram os netos Lara, Luiza e Affonso. Atuante na Robertshaw do Brasil durante 33 anos, o aposentado segue ativo e trabalhando até hoje, agora na empresa da filha Patrícia.
Parabéns, seu Sérgio, aliás, “Serginho Fogueteiro”, apelido que ganhou por acender os foguetes na hora em que o time entrava em campo.
Fotos
Frequentador do Estádio Centenário e apreciador dos jogos até a recente suspensão, devido à pandemia, seu Sérgio não poderá comemorar as duas datas (aniversário e conquista) da forma como gostaria, com amigos, familiares e torcedores. Mas o sentimento de celebração acompanha-o sempre, conforme vemos na seleção desta página, com destaque para o retorno acompanhando a equipe vencedora de 2000 (acima).