Integrantes do acervo do Arquivo Histórico Municipal João Spadari Adami, os álbuns Obras do Estado Novo Caxias – Alguns Flagrantes de Urbanização e Saneamento - Administração Dante Marcucci trazem registros preciosos do processo de rebaixamento, calçamento e paisagismo de diversas ruas e cruzamentos da área central da cidade.
Entre o final dos anos 1930 e o início da década de 1940, a Secretaria de Viação e Obras Públicas e a Diretoria de Obras e Saneamento foi responsável pelas intervenções em vários trechos da Av. Júlio de Castilhos e das ruas Sinimbu, Visconde de Pelotas, Alfredo Chaves, Borges de Medeiros, Coronel Flores, Garibaldi e Marechal Floriano, entre outras.
Canteiros e paralelepípedos impecáveis e ruas praticamente vazias compõem os cenários do ensaio, feito sob encomenda pelo Studio Geremia – provavelmente em um final de semana, com a ausência de veículos e transeuntes "realçando" as obras recém concluídas. Nos dois registros desta página, o trecho da Júlio entre as ruas Garibaldi e Marechal Floriano, eternizado a partir das esquinas com estas duas vias.
A maioria dos casarões sucumbiu há décadas, com exceção da Igreja Metodista, em frente ao Hospital Pompéia — a origem da igreja em Caxias remete ao ano de 1892, mas a inauguração do templo atual ocorreu apenas em 7 de setembro de 1922.
Na imagem abaixo, a Júlio captada a partir da Marechal Floriano, com a igreja e, ao lado dela, a antiga central da Companhia Telefônica Riograndense, onde hoje situa-se o Magazine Luiza. Ao fundo, à esquerda, o prédio da Farmácia Confiança, na esquina com a Garibaldi.
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Os casarões
A foto que abre a matéria traz a lembrança do antigo prédio do Hospital Pompéia (à direita), originalmente a Casa de Negócios do imigrante italiano Stefano Luigi Alberti. Conforme a professora Stela Luiza Alberti Lisot, bisneta de Stefano Luigi, o casarão também abrigou a segunda sede do Clube Juvenil – sediando em 1910 o baile comemorativo da chegada do trem a Caxias.
Vendido para os doutores Henrique Fracasso e Cesar Merlo em 1912, o sobrado abrigou posteriormente um dos embriões do Pompéia – assim como o antigo Palacete das Damas de Caridade, na esquina da Júlio com a Marechal Floriano (mais ao fundo).
O casarão, onde também morou o médico José A. Brugger, foi demolido em meados dos nos 1970, para ceder lugar a um estacionamento. No espaço funciona hoje o acesso de veículos e a emergência do hospital.
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