Difícil, para não dizer impossível, reconhecer hoje os traços arquitetônicos art déco do antigo Banco Industrial e Comercial do Sul S.A. (Bic Banco), situado na Av. Júlio de Castilhos, 2.001, entre as ruas Garibaldi e Visconde de Pelotas — atualmente sede da loja Pedrinho Sports.
Colada ao antigo casarão da família Sanvitto e ao Edifício Minas Gerais, a agência teve parte de sua história destacada no álbum Documentário Histórico do Município de Caxias do Sul, lançado em 1950 pelo jornalista Duminiense Paranhos Antunes.
Conforme a publicação, o chamado "estabelecimento de crédito" teve sua origem no Rio de Janeiro em 2 de janeiro de 1919, sob a denominação Casa Bancária Jorge Pfeiffer & Cia — idealizada pelo banqueiro Jorge Marcos de Azevedo Pfeiffer logo após o fim da Primeira Guerra Mundial (1914-1918).
O texto original da época também destacava o cenário econômico pós-conflito:
"Dez anos após, a 1º de julho de 1929, já com um conceito elevado dentro do Estado, tomava aquela casa bancária a denominação de Banco Pfeiffer S.A. Vencendo a crise econômica mundial (decorrente da quebra da bolsa de valores de Nova York daquele ano), o banco limitou sua atividade ao território gaúcho, ampliando cada vez mais o número de seus estabelecimentos pelo interior do Estado e criando novas agências".
Surgia, assim, a filial caxiense, inaugurada em 5 de maio de 1938, cujo nome seria alterado quatro anos depois.
"Em 1942, resolveu a assembleia de acionistas alterar a denominação do estabelecimento bancário para Banco Industrial e Comercial do Sul S.A., que mais propriamente expressa o seu verdadeiro papel na economia do Rio Grande do Sul, nome esse já firmado e conhecido em todo o território nacional".
Na imagem abaixo, o banco destacado na publicação de 1950.
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Fotos e detalhes
Nas imagens desta página, dois registros da fachada do prédio em 1948 (o ano, inclusive aparece na testada do prédio), a sala principal de atendimento e um encontro entre a gerência, políticos e autoridades em 1949. À época, o banco tinha como gerente o senhor Angelo Costamilan e como contador o senhor Ovídio Cogo da Cunha.
Na imagem acima, vê-se também a inscrição "Getúlio" no canteiro central da avenida, uma provável referência a Getúlio Vargas, então recém deposto da presidência da República — e para onde voltaria dali a três anos, em 1951.
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O casarão da família Sanvitto
As duas fotos externas acima trazem também parte do antigo casarão da família Sanvitto, construído pelo empresário Guerino Sanvitto entre 1943 e 1946. Moradia da família pelas cinco décadas seguintes, a edificação foi recentemente revitalizada e transformada no coworking Colavoro Sanvitto.
Em ambas as fotos, à direita, aparece o portão da garagem da residência — por onde pode ser acessado o atual estacionamento dos fundos e o bistrô Amada Cozinha (no subsolo). Nesta sexta (13), aliás, ocorre por lá mais uma edição do encontro Noites de Jazz. A atração será o grupo Brazz Quinteto.
Informações e reservas de mesas pelo fone (54) 3010.1179.
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