Nem sempre lembrado nas listas de fotógrafos que atuaram nas antigas léguas e distritos de Caxias do Sul de forma itinerante, Rodolfo Balzaretti teve parte de sua trajetória resgatada na publicação O Instante e o Tempo - A Fotografia em Caxias do Sul (1885-1960), lançada pelo Arquivo Histórico Municipal João Spadari Adami, em 2016.
Conforme pesquisa das servidoras municipais Sonia Storchi Fries, Suzana Storchi e Elenira Prux, Balzaretti nasceu em 15 de janeiro de 1889, no Travessão Santa Rita, na Terceira Légua de Caxias do Sul. Embora a agricultura tenha sido sua principal atividade nas primeiras décadas do século 20, ele atuou ainda como carpinteiro, carreteiro e madeireiro.
As lentes "chegaram" por volta de 1915, quando Balzaretti começou a arriscar-se como fotógrafo itinerante. Conforme o livro, "presume-se que o contato inicial com a fotografia deu-se através de Vittore Lazzarotto, fotógrafo amador e seu vizinho na Terceira Légua".
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Cotidiano rural
Rodolfo Balzaretti não teve uma estúdio estabelecido. Na condição de itinerante, atuou na região dos Campos de Cima da Serra, Criúva, Vila Seca, Santa Lúcia do Piaí, Vacaria, São Francisco de Paula e São Marcos. No interior dessas localidades, registrou cenas da vida campeira, o trabalho nas serrarias e as famílias defronte às suas residências. Em Caxias, captou o cotidiano rural e as festas religiosas, além de casamentos e cerimônias solenes.
Na seleção desta página, algumas dessas imagens, integrantes do acervo do Arquivo Histórico Municipal João Spadari Adami.
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A família
Não há data precisa do casamento de Rodolfo Balzaretti com Maria Giacomelli Balzaretti, em meados dos anos 1920. Dessa união nasceram os filhos Raimundo, Osvaldo, Terezinha, Graciema e Dionísio (foto acima).
Rodolfo Balzaretti faleceu em 1960, aos 71 anos.
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Créditos
Conforme o Arquivo Histórico Municipal, a maioria das fotografias de Rodolfo Balzaretti não trazia autoria ou carimbo, o que permite dizer que muitos registros sem identificação em álbuns de famílias dos Campos de Cima da Serra e da zona colonial de Caxias possam ser dele.
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