O encontro dos descendentes ocorreu há quase dois meses, mas nunca é tarde para recordar de uma história que soma mais de um século. Falamos da família Vasata, que promoveu a nona edição de sua tradicional confraternização em 12 e 13 de outubro, no pequeno município de São José do Ouro, região noroeste do Estado.
Toda essa trajetória, celebrada desde o ano 2000, está detalhada na publicação Família Vasata – Imigrante Italianos no Sul do Brasil – De Bisavós a Bisnetos. Organizada pelo frei Angelo Domingos Salvador, a publicação mapeia a saga da família desde 1886, quando aportaram por aqui os irmãos Arcangelo, Rosa Catarina e Vincenzo Vasata, acompanhados de Teresa Pagno, viúva de Antonio Vasata, e seus três filhos: Vittore, Pietro e Antonia Maria.
O grupo deixou a pequena comuna de Cesiomaggiore, em Feltre, na província de Belluno, chegando ao Porto do Rio de Janeiro em 11 de abril de 1886 – todos a bordo do navio Brosnero, responsável por trazer ao Brasil um total de 452 imigrantes italianos. Chegados ao Rio Grande do Sul, Os Vasata estabeleceram-se inicialmente em Nova Pádua. Porém, com o aumento da prole nas famílias, iniciou-se a migração para a região noroeste, em especial aos municípios de Erechim, Sananduva, Cacique Doble, Paim Filho e São José do Ouro.
Parte dessa história foi recordada na última terça pelo professor e ex-reitor da UCS Abrelino Vasata, 88 anos. Neto de Vincenzo Vasata e filho de Arcângelo Vasata, seu Abrelino é um entusiasta dos encontros e disponibilizou duas imagens que exemplificam bem a importância que a família confere aos registros históricos. Espaçados por um intervalo de 20 anos, os registros ao lado trazem a a família de Vincenzo Vasata e Maria Rigo, avós de Abrelino, em 1914 e 1934.
Na primeira foto, de 1914 (acima), vemos, em pé, a partir da esquerda, os irmãos Arcangelo, Modesto, Antonio Dante, Gesué, João e Angelina. Sentados, José, Victor, o patriarca Vincenzo, Leonilda, a matriarca Maria Rigo (com o bebê Cristiano), Genoveva e Verônica.
Na segunda imagem (abaixo), o mesmo grupo 20 anos depois, em 1934. Em pé, a partir da esquerda, vemos os irmãos Cristiano, José, Vitor, Arcangelo, Modesto, João, Antonio e Gesué. Sentados estão Leonilda, Verônica, os pais Vincenzo e Maria, Angelina e Genoveva. Detalhe: Arcângelo carrega um quadro com a estampa de Santa Teresinha, uma devoção repassada pela mãe, Maria, que também segura uma capelinha com a imagem.
O cenário de ambas as fotos? Nova Pádua, onde toda essa saga começou...
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Encontros desde 2000
Os encontros da família Vasata ocorrem de dois em dois anos, sempre nas cidades onde os descendentes de algum ramo estão fixados. Cabe a eles também a organização dos festejos.
Desde 2000, pela ordem, já ocorreram edições nas cidades de Nova Pádua, Erechim, Pato Branco (Paraná), Cascavel (Paraná), Santa Helena (SC), Concórdia (SC), Barra do Rio Azul, Paim Filho e São José do Ouro. O próximo encontro, em 2020, ocorrerá em São Lourenço do Oeste, na divisa de Santa Catarina com o Paraná.
A programação costuma reunir descendentes espalhados pelo Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo e Rondônia.
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Grafias do sobrenome
Conforme o professor Abrelino Vasata, a grafia do sobrenome possui quatro variações: Vazzatta, Vazatta, Vazzata e Vasata, esta última a correta, conforme os registros originais da Itália.
– Há uns 30 anos, alterei o nome de batismo, de Vazatta para Vasata, e tive de fazer todos os documentos de novo. Tem alunos da UCS que até hoje dizem que no diploma tem meu nome com "z" e dois "t" – diverte-se o ex-reitor da Universidade de Caxias do Sul entre 1974 e 1987.
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