Já tem data de lançamento a aguardada biografia da poetisa gaúcha Vivita Cartier, escrita pelo jornalista e colunista do Pioneiro Marcos Fernando Kirst. Será daqui a exatos quatro meses, em 23 de março de 2019, data que pega carona nos 100 anos de morte da jovem, vitimada pela tuberculose em 21 de março de 1919, no distrito de Criúva.
A programação, das 14h às 18h, na Galeria de Arte da Casa da Cultura, porém, será bem mais do que uma sessão de autógrafos: vai mesclar a participação de vários artistas, numa espécie de happening cultural, com declamações, performances, música e exposição fotográfica.
Antecipando a badalação em torno da obra e do centenário de morte da protagonista, o autor disponibilizou em primeira mão a capa do livro (abaixo). Intitulada O Ocaso da Colombina - A Breve e Poética Vida de Vivita Cartier, a publicação teve arte de capa, projeto gráfico e diagramação desenvolvidos pelo designer gráfico Ernani Carraro.
Logicamente, a beleza de toda essa apresentação dialoga com um farto recheio. Além de uma minuciosa pesquisa histórica feita pelo autor durante os últimos sete anos, das 63 fotografias e dos 31 poemas em português escritos por Vivita, a biografia de 812 páginas traz outra preciosidade: os sete poemas em italiano concebidos pela jovem, traduzidos com exclusividade para o livro pelo autor José Clemente Pozenato — entre eles o belíssimo Adesso e Sempre, datado de março de 1915. Pozenato também assina a apresentação da obra e agrega um ensaio sobre a qualidade da literatura de Vivita.
Um lançamento para marcar na agenda desde já…
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A poetisa
Vivita Cartier nasceu em Porto Alegre em 1893 e morreu no distrito caxiense de Criúva, local escolhido devido ao clima propício para o tratamento da tuberculose — que, ao fim, tirou-lhe a vida.
A despeito de ter publicado em vida poucos poemas na imprensa serrana e na Capital, o vigor de sua obra e o mito que floresceu em torno de seu nome colaboraram para manter viva a memória com o passar das décadas — a ponto de a poetisa ser patrona de cadeiras em duas academias literárias no Rio Grande do Sul e de nominar o prêmio literário anual mais importante de Caxias do Sul.
Na placa junto ao túmulo, em Criúva, encontra-se também um trecho do poema In Pulvis, escrito por Vivita como uma espécie de homenagem póstuma a si própria:
“Segue... que importa a habitação funérea? Minh'alma paira além com seus fulgores, Volve-te a ela, a ela manda flores”.
Curiosidade
O autor Marcos Fernando Kirst é membro da Academia Caxiense de Letras, onde ocupa a cadeira número 11, cuja patrona é... Vivita Cartier.
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