Retornando após o hiato de 13 anos decorrente da Segunda Guerra Mundial e celebrando os 75 anos da imigração italiana na região, a Festa da Uva de 1950 trouxe uma série de inovações — desde a escolha da rainha até a presença dos distritos e das cidades vizinhas no desfile de carros alegóricos.
Do corso pela Av. Júlio de Castilhos participaram os veículos ricamente adornados de Ana Rech, Vila Seca, Fazenda Souza, São Marcos, Galópolis e Santa Lúcia do Piaí, além de localidades como São Romédio, São Caetano, São Virgílio e Terceira Légua.
A maior parte deles teve "a mão" do engenheiro agrônomo José Zugno, coordenador da Diretoria de Fomento Agrícola e Assistência Rural da prefeitura. Conforme o jornalista Luiz Carlos Erbes, autor do livro "Festa da Uva – A Alma de um Povo", o desafio não assustou Zugno, que foi liberado de suas funções pelo prefeito Luciano Corsetti para dedicar-se à tarefa.
"Com a ajuda de um amigo, um restaurador de quadros, ele visitou os distritos do município para convencer os colonos a participarem do desfile. Reuniu-se com subprefeitos, inspetores de travessão – normalmente um líder que tinha boa relação com os moradores – para atrair interessados. Segundo Zugno, os colonos queriam saber como estruturar os carros e como ornamentá-los. 'O meu amigo idealizava os carros, fazia esses desenhos, cada um diferente do outro, de forma rápida' ".
O resultado foram veículos que mais pareciam florestas ambulantes, com uma profusão de folhas, frutos, galhos, troncos e trepadeiras. Seguiram linha semelhante os carros de várias cidades da região, como Farroupilha, Guaporé e Flores da Cunha. Sem falar, claro, no famoso Arrabalde Santa Catarina, então um lugarejo bucólico e distante do Centro.
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Caxias por Mancuso
Todas as imagens desta matéria são de autoria do fotógrafo Reno Mancuso. Elas também podem ser acessadas no blog www.caxiaspormancuso.blogspot.com, mantido por Renan Carlos Mancuso, filho de Reno.
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