O desenvolvimento turístico e hoteleiro de Torres recebeu investimento do caxiense Guerino Sartori. O livro Crônicas das Famílias Longhi e Frantz e Sua Parentela em Caxias do Sul, Brasil; Estórias e Histórias-Vol. 1, escrito por Ricardo Frantz, esclarece fatos históricos do Hotel Sartori amparados por referências documentais. Conforme o pesquisador Ricardo Frantz, Guerino Sartori (20/06/1873-21/07/1951) era filho de Salvador Sartori, italiano que integrou a 1ª Junta Governativa de Caxias do Sul.
Leia mais
Um Brasil noventista em Gramado
Metrópole de Caxias do Sul em 1978
O legado do patriarca Pietro Lorenzi
A indústria caxiense atuante na Bahia
O comerciante Guerino Sartori, antes de se mudar para Torres, tinha um armazém em São Francisco de Paula. Casou-se com Santina Amoretti e tiveram teve quatro filhos: Cirilo, Nicolau e as meninas Cláudia e Amélia, que viriam se casar com os irmãos José e Vitório Corsetti respectivamente, administradores da empresa Produtos Alimentícios Corsetti, de Caxias do Sul.
Conforme o médico Carlos Sartori, 74 anos, filho de Cirilo Sartori, a história do hotel remonta ao ano de 1914. O estabelecimento estava localizado na Rua José Antonio Picoral, cuja área nobre atraiu uma forte urbanização de Torres no passado. As compilações documentais realizadas pelo pesquisador Frantz confirmam que o hotel recepcionou emblemáticas reuniões políticas, sociais e empresariais no passado.
O economista caxiense Mário Alberto Amoretti, 74, sobrinho de Guerino Sartori, recorda que seu irmão Arnaldo Amoretti mudou-se para Torres ainda na juventude e trabalhou no hotel. Na imagem principal, vê-se o saudoso Hotel Sartori por volta de 1946. Hoje, o personagem Cirilo Sartori, filho de Guerino, que assumiu a administração do estabelecimento, entre 1930 a 1970, denomina a rua lateral do antigo hotel da família Sartori.
E na década de 1950...
A história que envolve o Hotel Sartori é repleta de fatos que envolvem turistas, visitantes, políticos empresários e escritores.
O empresário caxiense Henrique Grossi, 86 anos, hospedou-se no hotel e recorda da finesse com que Cirilo tratava as pessoas. Mário Alberto Amoretti, veranista de Torres, acentua que o hotel atendia as excursões promovidas pelo Sesc. Distante a duas quadras do mar, próximo ao trecho identificado como Prainha, o estabelecimento propiciava aos hóspedes a comodidade de uma caminhada curta para usufruir os banhos de mar ou passeios pelo calçadão. Neste contexto, vale acrescentar a vizinhança com a histórica igreja de São Domingos.
O médico Carlos Sartori esclarece que seu pai Cirilo Romeu Sartori nasceu no dia 10 de fevereiro de 1908 e faleceu em 28 de novembro de 1970. O hotel encerrou suas atividades em 1984. Em seguida, o espaço foi alugado para um restaurante. Há cerca de 10 anos, um moderno prédio foi construído no local.
Nas imagens aqui reproduzidas, percebe-se o prédio com a parte frontal de dois pisos e, em anexo, o bloco com os quartos e a varanda. Na década de 1960, houve uma reforma que ampliou o número de quartos.
O livro Torres de Antigamente, escrito pelo médico caxiense Eduardo Festugato, registrou a saga da família Sartori, em depoimento de Amélia Sartori Corsetti. Hoje, o Museu Municipal de Torres realiza um trabalho criterioso de catalogação, coordenado por Alexandre Cardoso Rodrigues.