Quem frequentou a Igreja dos Capuchinhos entre 1960 e 1990 deparou-se com um confessor de voz suave, gestos simples e sorriso tranquilo, que cedia palavras de conforto e religiosidade a todos os fiéis que o tornaram um dos grandes símbolos da Paróquia Imaculada Conceição. Ambrósio Tondello nasceu no dia 5 de setembro de 1912, em Antônio Prado, no Rio Grande do Sul. Filho de Antônio Tondello e Cristina Ghinzelli, era o primogênito de mais seis irmãos. Em 1925, aos 13 anos, ingressou no Seminário São José de Veranópolis, coordenado pelos Freis Capuchinhos, assumindo os votos de pobreza, obediência e castidade. Nessa época, passou a denominar-se Frei Ambrósio de Antônio Prado e, em 15 de março de 1936, foi, enfim, ordenado sacerdote.
A primeira parte de sua vida sacerdotal foi intensa. Atuou como professor de teologia, vigário paroquial de Garibaldi e diretor espiritual. Além disso, foi jornalista e redator do Correio Riograndense e reitor do Seminário Diocesano de Caxias do Sul. Porém, jamais deixou de lado a prática espiritual.
A partir de 1960, devido a um problema de saúde, iniciou-se a segunda etapa de sua vida, tornando-se confessor. Atendia no confessionário diariamente, durante oito horas ou até mais. Atuou 30 anos como confessor na Igreja Imaculada Conceição, dos Padres Capuchinhos, no bairro Rio Branco, em Caxias do Sul. Apesar de ser controverso a premiações, no ano de 1984 foi concedido a ele o Troféu Caxias, e, em 1989, o título de Cidadão Caxiense, outorgado pela Câmera de Vereadores de Caxias do Sul.
Memória eternizada
Após uma vida intensa dedicada à comunidade e à religiosidade, o Frei Ambrósio faleceu aos 77 anos, em 17 de abril de 1990, vítima de um aneurisma cerebral. O corpo do frei foi velado em uma Igreja dos Capuchinhos lotada fiéis. Números da época indicam que cerca de 20 mil pessoas, vindas de várias cidades da região, compareceram ao enterro. Durante a missa, celebrada pelo bispo Dom Paulo Moretto, foi decidido o sepultamento do frei Ambrósio na igreja Imaculada Conceição, mesmo local onde diariamente atendia aos fiéis. Até hoje, ele é o único enterrado no local.