A construção da Igreja Nossa Senhora do Rosário de Pompéia, situada em Galópolis, Caxias do Sul, envolveu um grupo de colaboradores comprometidos com os princípios da Igreja Católica. Entre os protagonistas da execução do projeto que se iniciou em 1939 e culminou com a inauguração em 1º de março de 1947, evidencia-se João Spinato.
Spinato atuou na gerência do Lanifício São Pedro e, paralelamente, dedicou empenho absoluto na coordenação dos trabalhos. Uma equipe de pedreiros, marceneiros e voluntários para serviços gerais atuou de forma sintonizada. Spinato buscou os melhores profissionais para esculpir a imagem no topo da torre e confeccionar os gigantes vitrais, exprimindo sua forte inclinação religiosa na construção de um templo majestoso.
Numa entrevista elabora por alunos de Galópolis, por ocasião dos 25 anos de inauguração, Spinato revelou aspectos impressionantes de todas as nuances que mobilizaram uma comunidade laboriosa em erguer uma casa de oração. Na imagem, registrada por volta de 1946, percebe-se João Spinato entre o padre Ângelo Mugnol e o mestre de obras Ferdinando Guizzo.
Os operários do lanifício e moradores da comunidade se integraram com paixão e auxilio voluntário em todas as fases da edificação. A conclusão da obra demonstrou que o espírito comunitário convergente orientou e concretizou o sonho de uma comunidade religiosa.
Personalidades na História da Igreja
João Spinato deixou boas lembranças e uma documentação histórica consistente. Num livro de memórias, escrito pela filha Lori Spinato, em 1999, são mencionados os nomes dos personagens que contribuíram com seu trabalho na construção da igreja. A estátua de cinco metros de altura, posicionada na torre, foi obra do escultor Alfred Rademacher. Os vitrais levam a assinatura do artista alemão Max Dobmeyer. Alexandre Bartelle produziu o imobiliário e as portas.
O projeto arquitetônico idealizado pelos engenheiros Sady d. F. de Castro e Luiz L. de Farias, teve os serviços desempenhados pelo mestre Ferdinando Guizzo, numa equipe de trabalho que envolveu Adolfo Vignochi (marcenaria), Orestes Manfro (telhado), José Comerlato (elétrica), Alessio Galietto e José Stragliotto (pedreiros).
Além disso, a comissão construtora agregou auxílio administrativo de Bruno Scola, Benjamim Furlan e João Comerlatto. Antonio Stragliotto, dono de uma pedreira, ofereceu material para os alicerces. O empresário Ismael Chaves Barcellos, proprietário do Lanifício, e que foi um dos provedores financeiros da Catedral de Porto Alegre, doou o terreno e forneceu os recursos financeiros de maior porte. O bispo Dom José Barea acompanhou o ritmo das obras desde o lançamento da pedra fundamental, em 1939.
Retrato de João Spinato
João Spinato (1899/1977) marcou sua vida pela gerência impecável no Lanifício São Pedro entre 1933 a 1965. Preocupado com a vida social sadia na comunidade de Galópolis, idealizou a fundação de uma cooperativa de consumo e a criação do Círculo Operário. Na educação, trouxe a Congregação das Irmãs do Imaculado Coração de Maria e os Josefinos para administrarem dois colégios. Também promoveu a vinda do maestro Francisco Gama para constituir uma banda e ensinar música aos meninos.
Na juventude, João Spinato estudou no seminário de São Leopoldo, onde aprendeu e desenvolveu na prática profissional as lições da filosofia, ética, psicologia, lógica e humanidade.