Caxias do Sul possui consistentes referências históricas na educação infantil, dentre elas a Congregação dos Padres Josefinos. Originária da Itália, a instituição chegou ao Brasil em janeiro de 1915 - já a partir da década de 1930, os Josefinos atuaram em Galópolis, Ana Rech e Fazenda Souza.
Galópolis e as lembranças do padre João Schiavo
Galópolis ganha uma nova igreja em 1947
Teatro no Cine Operário de Galópolis em 1947
O empresariado local imediatamente comungou com o propósito. O Lanifício São Pedro, sob a gerência de João Spinato, foi o responsável pela fixação dos Josefinos em Galópolis, no breve período de 1935 a 1937. Na antiga vila, o Colégio Chaves Irmãos oferecia uma estrutura modelar para o ensino integral.
Residência da família Spinato em Galópolis
Na época, o padre João Schiavo exerceu as funções de professor, diretor e pároco, levando para a escola uma filosofia de trabalho baseado na integração familiar e na formação humana e espiritual. Além disso, incentivou a literatura, as artes e as atividades esportivas.
Na imagem acima, preservada pelo Memorial João Schiavo, percebe-se a visita do clero da Diocese em dezembro de 1936, explicitando a avaliação permanente realizada ao final de cada ano. Na foto abaixo, também de 1936, vemos um grupo de alunos participando de um churrasco no bosque, atividade que sensibilizava para o convívio social e aproximava os jovens do contato com a natureza.
Padre João Schiavo é considerado venerável pelo Vaticano
O Abrigo de Menores São José
O religioso italiano João Schiavo (1903-1967) evidenciou-se pela edificação de inúmeras obras sociais voltadas ao desenvolvimento das crianças. Sua atuação, porém, não se restringiu ao interior de Caxias.
Na área central da cidade está localizado o Abrigo de Menores São José – a instituição surgiu a partir da relação fraterna entre Euzébio Beltrão de Queiroz e Schiavo, que repassou a antiga sede do Tiro de Guerra para atender a crianças necessitadas.
Em 25 de março de 1947, o patrimônio foi doado ao Instituto Leonardo Murialdo e, a partir daí, a obra assistencial exerceu um papel significativo no acolhimento de meninos entre seis e 17 anos. Os alunos vinham de Flores da Cunha, Antonio Prado, Bento Gonçalves, Veranópolis, Nova Prata, Farroupilha, São Francisco de Paula e Canela.
As atividades incluíam oficinas de vidro, marcenaria, vimes, além de esportes, civismo e religião.Nomes como Miguel Sehbe, Jorge Sehbe, Vasco Peretti e Antonio Rodrigues, e entidades como o Rotary Clube de Caxias do Sul eram alguns dos colaboradores do projeto.
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Informações desta coluna são uma colaboração do repórter fotográfico Roni Rigon.
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