De 1968 até 1993, o aposentado Abrelino Dal Bosco, 71 anos, atuou na empresa Agrale S.A., em Caxias do Sul. Com o aprendizado adquirido no Senai, exercia a função de mandrilador. Na operação da máquina mandrilhadora, (com controles numéricos computadorizados), torneava blocos de motores de trator.
Durante os 25 anos em quem atuou na fábrica, seu Abrelino foi um funcionário ativo, sempre disposto a evoluir. Tanto que em 1989, participou do programa Melhores Ideias, sugerindo a colocação de placas de identificação de capacidade de peso das talhas. A proposta foi aceita, incentivando-o a cooperar ainda mais com a instituição. Não à toa ele recebeu o título de Operário Padrão Agrale no ano de 1992. Mensagem publicada do jornal Pioneiro à época frisava o empenho do colaborador:
"Aqui está simbolizado o reconhecimento que temos por você, pois pessoas de sensibilidade e capacidade merecem ser destacadas. Nossa homenagem a você, que foi escolhido como a imagem da dedicação no trabalho entre nós".
O concurso não parava por aí. O funcionário, então com 46 anos, participou também da etapa municipal, sendo eleito Operário Brasil de Caxias do Sul, após vencer quatro candidatos. A disputa ocorreu no mesmo ano, no Sesi. Em entrevista ao Pioneiro da época, ele não escondia a emoção:
"Fiquei gratificado com a escolha, ainda mais que na fábrica fui escolhido por votação secreta".
Mesmo depois de se aposentar, seu Abrelino continua trabalhando em prol da coletividade. Foi presidente da Associação dos Aposentados e Pensionistas de Caxias do Sul, entidade que integra até hoje. Também compõe o conselho da Amob do bairro Cidade Nova. Já nas horas vagas, dedica-se à apicultura.
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Operário destaque
Em 1992, o concurso premiou como Operário Destaque de Caxias o ferreiro Joaquim Fabro, da empresa Fras-le, de Francisco Stedile; e a escultora Ludovina Valesca Klein Reis, do lendário Atelier Zambelli. Os outros candidatos concorrentes eram Deoclécio Antônio Giubel, montador de gabaritos da empresa Randon, e Nira Maria Rodrigues, laboratorista chefe da empresa Pigozzi.
Imigração italiana
Natural de Antônio Prado, seu Abrelino também guarda vasto material sobre a história da família e boa parte do processo migratório dos Dal Bosco. Na foto abaixo, por exemplo, ele mostra o antigo quadro – com a foto retocada a tinta – dos avós, José Dal Bosco (filho de Giacomo) e Giovana Furlin Dal Bosco.