No céu, uma solitária nuvem. Belíssima, branca, como a página em branco que aguarda minhas palavras, perdida num céu de azul sem fim, como as possibilidades que se estendem diante de nós a cada amanhecer. Observo-a, essa nuvem solitária, e sinto a profunda conexão com a imensidão do universo, como se o infinito me olhasse nos olhos.
Uma lua imensa e brilhante, como um farol no céu noturno, resplandeceu no infinito dia desses. Fiquei extasiada, sem palavras, absorvendo sua luz como se fosse um raio de esperança. A lua é minha eterna companhia, divido minhas solidões com ela. Gosto de como ela fica ali ao meu lado a me observar, com seu olhar silencioso e sábio. Nas nossas horas divididas, em nossas conversas, ela sempre me diz que há beleza mesmo nas noites mais escuras e, que, sobretudo, sempre haverá um novo amanhecer.
E, então, uma manhã comum e radiante se ergueu no horizonte. O sol, essa estrela de fogo, iluminando tudo. Fiquei embasbacada, como se visse o nascimento de um novo dia pela primeira vez. O sol é uma metáfora viva de recomeços, uma lembrança de que todos os dias podem ser um começo, uma chance de virada.
Tanta coisa aconteceu depois que aniversariei, tanta coisa inédita aconteceu depois que celebrei meus 36 anos. Lua, sol, nuvem, todos desfilando num grande espetáculo cósmico. A natureza, com sua constância e sua imprevisibilidade, me ensinando a importância de estarmos presentes, de valorizarmos os momentos que passam diante dos nossos olhos, pois a vida é uma sucessão de pequenos milagres.
Minha expectativa diária por essas manifestações da natureza me transformou em uma criatura contemplativa, uma observadora incansável dos detalhes que muitas vezes passam despercebidos. E, ao contemplar, aprendi que o verdadeiro valor da vida reside nos momentos simples, na beleza dos pequenos gestos e no encanto das coisas cotidianas.
A realidade é sol ardido, chuva rápida, plantas que brotam e, especialmente, é o calor do seu corpo na minha cama, a suavidade da sua pele sob o toque das minhas mãos. A vida plena é o sabor dos nossos beijos de despedida, a promessa de um reencontro que se desenha no horizonte. A verdade existe porque tua boca a diz, e a exatidão se encontra nas minúcias da nossa intimidade, nos traços únicos das minhas digitais ao percorrer teu corpo.
O amor, aquele sentimento que parecia uma miragem distante, ganhou forma e cor com a sua chegada. Antes de você, ele era apenas uma palavra, um conceito abstrato ou até um desastre na estrada. Agora, ele é a melodia que embala meus dias, uma das forças que me impulsiona à frente e a razão pela qual a observação do mundo se tornou tão significativa.
Afinal, a vida é feita desses instantes ricos, onde as nuvens flutuam, a lua brilha, o sol se ergue, seu avião pousa e você sorri para mim. E o amor, ele não só existe, mas renasce a cada dia em amanheceres e abraços de saudade.