Na semana que passou, a lembrança de um filme que assisti na adolescência ficava indo e vindo na minha mente. Efeito Borboleta, o título. O filme foi um grande sucesso à época e, com toda sua narrativa muito bem construída, trazia o poder que qualquer pequena ação gerada no mundo tem uma reação em todo o universo, mesmo que seja só o sensível bater das asas de uma mínima borboleta.
O roteiro partiu de uma teoria real e científica de 1969, conduzida por Edward Lorenz. “O simples bater de asas de uma borboleta no Brasil pode ocasionar um tornado no Texas”. Será mesmo? Bom, sim e não, creio. Essa frase não é literal, mas me inspira. O Efeito Borboleta é uma metáfora para o comportamento de sistemas caóticos. A nossa realidade, por exemplo. Pequenas modificações em um sistema podem ocasionar resultados significativos se esse apresenta uma dependência sensível, ou seja, o qual pode ser alterado por diversos fatores.
Nossa existência é totalmente preenchida pela dependência sensível e ela fala, em suma, de mudanças e influências. Se eu decido fazer algo, seja lá o que for, isso vai ser refletido na vida de outras pessoas e tudo o mais que me cerca. Nada que façamos tem a ver somente conosco. Somos parte de um todo e, por mínima parte que sejamos, sem nós o universo seria outro.
Quero dizer com isso que sim, você é importante, não é invisível. Só por sua matéria pesar sobre a Terra, isso já altera a realidade. Posso afirmar com toda certeza que você faz o mundo ser um lugar único. Sem você tudo seria diferente.
Talvez um dia você fez algo ruim e isso influenciou na vida de outras pessoas, as magoou, quem sabe. Talvez você só não pensou direito, foi impulsivo e deu tudo errado, agora as possibilidades se tornaram turvas, você não está enxergando bem o futuro. Bom, coisas assim são duras de serem lembradas, pois são revividas no mesmo instante, e dói.
Mas, trago boas novas. O efeito borboleta se confirma em nossa vida, não como uma suprema verdade, e sim como uma feliz possibilidade de fazer diferente e mudar o universo que é nosso.
Fez errado ontem, faz diferente hoje, tenta acertar. Essa mínima tentativa já conta como ponto a seu favor quanto à resposta da vida. Pode acreditar. Eu sei!
Tive que tomar decisões muito importantes nessas últimas semanas, foi muito difícil. Eu, de fato, não queria. Não estava disposta a despender tanta energia sabendo que cada uma daquelas resoluções tomadas por mim fariam as asas de borboletas bater como nunca antes. Eu não queria, mas precisei. E foi assim que se deu, de um copo de água no chão que eu derrubei, uma tsunami surgiu.
Nessa intempérie calamitosa criada por mim, não restou muito. O teto desabou, tanto se perdeu, mas eu ainda estou aqui, de pé. Levou muito, mas eu restei. O mal tempo passou. E eu entendi. Teto não é casa, casa é gente. Somos nosso lar, e essa é a verdade.