O jornalista Ciro Fabres colabora com a colunista Rosilene Pozza, titular deste espaço
O prefeito Flávio Cassina tinha razão. Foi até modesto. Em entrevista à Gaúcha Serra na segunda-feira, vaticinou "sete ou oito" nomes do primeiro escalão do seu governo na equipe do futuro governo, anunciada nesta terça-feira (22) pelo prefeito eleito, Adiló Didomenico. E ainda fez uma ressalva: o aproveitamento se daria "de forma direta ou indireta". Quis dizer primeiro escalão e escalões inferiores. Foram 10, e tudo no primeiro escalão.
— É só um chute, um palpite — complementou Cassina na entrevista.
Cassina era uma fonte privilegiada, pois trata-se de um governo de continuidade, marca que Adiló tentava refutar durante a campanha. O atual prefeito até sentou à Mesa para o anúncio, ao lado de Adiló e Paula.
— Se ficamos com eles (secretários de Cassina) é porque, durante a transição, percebemos trabalho satisfatório, com projetos interessantes pela frente. Não podemos interromper um trabalho desses só para colocar pessoas diferentes — disse Adiló.
Adiló tem razão. Não é ruim a continuidade, ao contrário, tem sua utilidade. Aliás, falta isso na administração pública, mesmo quando há trocas de governo. Continuidade de projetos, se eles são bons. Só, anteriormente, Adiló poderia ter assumido essa identidade com o atual governo. Que é visível, e não é pecado.
O secretariado de Adiló tem nitidamente um viés técnico.
O envolvimento político dos integrantes é moderado. A marca política fica mesmo pela continuidade do governo de Flávio Cassina e pelas presenças, em especial, de Gilberto Meletti, atual presidente do PTB, que passa da Secretaria de Obras e Serviços Públicos para o Samae, e de João Uez, vinculado ao PSDB, que permanece na Secretaria de Urbanismo. Os dois são os principais fios condutores entre um administração e outra.
— A grande maioria do secretariado não tem filiação partidária — destacou Adiló.