Nunca fui muito bom com escolhas. Ao menos, não com as grandes escolhas. Na contramão, se a decisão era entre um pastel de carne ou de queijo, tudo sempre foi muito fácil. Qual cor escolher, qual filme assistir no cinema, qual decoração comprar para a prateleira de casa... Simples. Já as grandes escolhas nunca foram para mim. Eu sempre precisei coletar algumas opiniões e pontos de vista diferentes para encontrar uma forma de, ainda receoso, decidir (quase sempre, de olhos fechados).
Até então, nunca me senti incomodado quanto a isso. Acredito que a gente possa, sim, escutar aqueles que nos conhecem e que muitas vezes sabem melhor do que nós quais os riscos e desafios de qualquer que seja a escolha. Mas as últimas semanas foram carregadas de exemplos onde a vida me colocou contra a parede e o recado ficou extremamente claro: a decisão final é tua!
E sempre é.
Não vou culpar meu signo _ o mais indeciso do Zodíaco, por sinal _ ou encarar a minha dificuldade em tomar uma decisão cem por cento sozinho como fraqueza. Minha criação sempre foi rodeada de muita cautela ao dar qualquer grande passo: ao mesmo tempo que precisamos seguir em frente, precisamos nos manter em pé, então os avanços não podem ser maiores do que aquilo que podemos suportar. E por falar em signos, não por acaso os librianos são representados por uma balança: o equilíbrio é aquilo que nos mantém seguros.
Em contrapartida, diante de tantas decisões gigantes que a vida me apresentou recentemente, passei a lembrar das vezes em que eu simplesmente arrisquei. Nunca foi fácil ou confortável, e o intuito nem mesmo era esse. Quando criei coragem para pedir demissão de um "emprego tradicional" e criar a minha própria empresa, as garantias não existiam (é bem difícil termos alguma, seja no que for). Ainda assim, foi uma decisão totalmente minha, lembro até de deixar os meus pais um pouco preocupados quando cheguei em casa confiante e sem chances de voltar atrás.
Ninguém me rotularia como uma pessoa decidida. Porém, em certos momentos da vida a gente entende que alguns problemas são nossos, e mesmo que tenhamos uma base de pessoas à nossa volta que estão dispostas para auxiliar, o martelo é a gente quem bate.
E nós vamos errar, é claro. Algumas vezes iremos até nos arrepender. Mas de alguma forma, poderemos nos orgulhar pelo amadurecimento e reconhecimento de que somos _ e devemos ser _ responsáveis pelo nosso próprio futuro. Se nada sair como o esperado, ao menos teremos a chance de assumir para fazer diferente na próxima. E quem sabe até rindo um pouco, poderemos brincar e dizer: tudo bem... Até porque, o problema é meu.