Pela efeméride deste sábado, data dos 135 anos da Lei Áurea, resolvi espiar o céu daquele histórico domingo em que se anunciou o fim da escravidão no Brasil. Diante do Paço Imperial, no Rio de Janeiro, cerca de 10 mil pessoas ovacionaram a esperada decisão, votada pelo Senado e assinada pela princesa regente Isabel. Machado de Assis escreveria: “Foi o único dia de delírio público que me lembra ter visto”. No meio da multidão, o menino negro que futuramente seria o escritor Lima Barreto completava naquele dia sete anos de idade e se lembraria disso como a visão de uma vida festiva e harmônica. Um sonho de país se desenhava ali.
O sonho da abolição
Opinião
Desafios de um país forjado em mais de 300 anos de escravidão
Nos 135 anos da Lei Áurea, a população composta por 54% de afrodescendentes está longe de ter equivalente representação na sociedade
Nivaldo Pereira
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