Nivaldo Pereira
O Sábado de Aleluia sempre aciona minha memória da infância no interior baiano, quando era o dia da Queima de Judas. Para além da simbologia religiosa do rito, era uma farra para a molecada ver aquele boneco montado na praça se despedaçar ao estouro das bombas e das fagulhas dos rojões, depois de muito rodopiar, em chamas, no círculo de sua base. Em poucos minutos, o que restava do Judas era chutado de um lado para outro, como algo sórdido que precisasse ser expurgado de vez. Era a queima metafórica do traidor de Jesus, mas também o merecido fim de tudo o que fosse perverso e maligno. Era uma purificação sob o fogo vivificador de Áries.
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