Foi um duelo de detalhes. E a partir de erros e vacilos defensivos do Juventude e da qualidade técnica gremista, especialmente de Diego Costa e de Cristaldo, o resultado da decisão se definiu. Após um campeonato de recuperação no Estadual, e com o foco na permanência dentro da Série A do Brasileiro na sequência da temporada, o saldo da equipe de Roger Machado no Gauchão ainda pode ser considerado positivo.
Com o apito final de Rafael Klein, a torcida alviverde, na Arena ou em Caxias do Sul, certamente lamentou que, em menos de dois minutos, a equipe alviverde deixou a vantagem conquistada logo no início do jogo escapar. E aquele curto espaço de tempo foi determinante. A tão desejada taça do Estadual, que não vem há 26 anos, ficou novamente na Capital.
Outra vez, não faltou dedicação para o time de Roger. A primeira etapa começou com a eficiência alviverde. A primeira chegada de maior perigo teve a qualidade de Jean Carlos ao fazer um cruzamento para a entrada da área, a insistência de Lucas Barbosa, que tentou duas vezes,e o faro de gol de Gilberto, que só empurrou a bola para as redes, logo aos quatro minutos.
Era o gol que aumentava a esperança jaconera. E que mudou o cenário do duelo. O Grêmio precisou ser mais agressivo e oferecia espaços para contra-atacar. Só que, por boa parte da etapa inicial, nem o Tricolor conseguia criar, nem o time de Roger Machado tinha a capacidade de ser assertivo nos lances ofensivos. Era um jogo controlado pelo Verdão. Mas bastou uma chance. E o detalhe voltou a aparecer.
Após uma série de jogadas erradas, Pavon acertou. Zé Marcos tentou cortar e o desvio leve na área deixou Cristaldo sozinho para dominar e fazer o empate. O meia igualou a partida e incendiou a Arena. A missão alviverde passava a ser segurar o empate até o intervalo. Só que, logo na saída de jogo, Jadson perdeu a bola, Diego Costa virou sobre Rodrigo Sam e chutou. Outra vez, um leve desvio, desta vez em Caíque, fez a bola acertar o cantinho de Gabriel. Em um minuto e meio a vantagem evaporou.
Depois do intervalo, o jogo ficou a feição do Grêmio. O Juventude até tinha mais posse de bola, mas sem encontrar espaços e a qualidade necessária para finalizar. Com o tempo passando e diante de um adversário bem postado, a ansiedade fez o número de erros aumentar e o jogo ficou ainda mais aberto para o contra-ataque tricolor. No final, o gol de Nathan Fernandes só confirmou aquilo que se desenhou nos últimos minutos da primeira etapa.
Nos detalhes de um confronto muito equilibrado, prevaleceu quem teve mais peças de qualidade para decidir. E, dentro desse cenário, o Juventude chegou onde podia.