Desde a reta final da Copa FGF do ano passado, na qual o Glória sagrou-se campeão, superando São José, Novo Hamburgo e Aimoré, entre outros, tenho a clara impressão de que apenas dois ou três times do Interior poderão tentar fazer frente ao favoritismo da dupla Gre-Nal neste Gauchão. É lógico que Grêmio e Inter sempre despontam muito à frente, mas em outras temporadas a impressão era de que sempre aparecia um rival, menos cotado, com condições de surpreender.
Foi assim durante a última década com o Veranópolis, o Novo Hamburgo, o Brasil-Pel e até o São Luiz. Desta vez, a distância parece ter aumentado, pelo menos na teoria.
O Juventude de 2022 se encaixa em um patamar diferente, pela permanência na Série A. É quase que uma obrigação par a equipe de Jair Ventura chegar às semifinais junto com os times da Capital, o que ocorreu em 2021, mesmo com uma campanha oscilante. A partir daí, a quarta força, dentro dessa perspectiva, ficaria entre Ypiranga e Caxias. O remodelado Brasil-Pel, rebaixado da Série B, correndo por fora.
Nos demais times, estão muitos atletas rodados por aqui, treinadores que conhecem a trincheira, mas nada que salte aos olhos, seja na pré-temporada ou numa projeção inicial de campeonato. O maior tempo para preparar a equipe pode ser um diferencial, mas não faltará uma dose de qualidade logo ali na frente?
Como alguém que gosta do bom futebol e, especialmente, torce por um Interior forte, espero que o Gauchão mostre algo diferente do que essa projeção prévia. Mesmo com tanta dificuldade para se fazer futebol longe dos grandes centros, o futebol gaúcho sempre apresentou bons nomes no Estadual. Que em 2022 não seja diferente.