Às vésperas do Dia da Consciência Negra, celebrado neste sábado, dia 20, o Pleno do Superior Tribunal de Justiça Desportiva teve um ato que deveria fazer a grande maioria dos torcedores envolvidos com o futebol brasileiro sentir vergonha.
Por seis votos a dois, o STJD retirou a pena de perda de pontos do Brusque por ato racista praticado pelo conselheiro Júlio Antônio Petermann contra o meia Celsinho, do Londrina, em uma partida da Série B deste ano. Na ocasião, o atleta foi ofendido com as seguintes palavras: “vai cortar esse cabelo seu cachopa de abelha”.
O clube catarinense havia sido punido, em setembro, com perda de três pontos, mais R$ 60 mil de multa, por injúria racial.
No julgamento desta quinta-feira, Celsinho ouviu várias vezes a expressão racista praticada pelo conselheiro do Brusque. Além disso, o advogado do time catarinense no caso, Osvaldo Sestário, tentou relativizar o episódio, fez comentários e comparações esdrúxulas, e ainda pediu para que a proximidade do Dia da Consciência Negra não afetasse a sentença.
No final, acabou sendo ouvido. Mais uma mancha no futebol brasileiro. Em campo, o Brusque acaba beneficiado na tabela da Segunda Divisão, já que com a retomada dos três pontos sobe para 44 e pula para o 15º lugar, mais distante do rebaixamento.