O Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) definiu nesta quinta-feira (18) que o Brusque terá de volta os três pontos perdidos pela injúria racial contra o jogador Celsinho, do Londrina, em jogo disputado pela Série B. A decisão sobre o recurso aconteceu por videoconferência e o resultado final foi por maioria de votos.
Com isto, o clube catarinense volta a ter 44 pontos na classificação e salta para a 14ª colocação da competição. Presidente da sessão, José Perdiz determinou que o Brusque seja punido com a perda um mando de campo, a ser cumprido em campeonato nacional, além de pagamento de multa de R$ 60 mil.
Júlio Antônio Petermann, presidente do Conselho Deliberativo da equipe quadricolor e identificado como responsável pela declaração racista proferida contra Celsinho, teve sua punição mantida. O dirigente seguirá suspenso por 360 dias e terá de pagar multa de R$ 30 mil.
Entenda o caso
O fato ocorreu no dia 28 de agosto, no empate em 0 a 0 entre as duas equipes. Celsinho disse que foi chamado de "macaco" e o árbitro da partida, Fábio Augusto Santos Sá, relatou que o meia ouviu a frase "vai cortar esse cabelo, seu cachopa de abelha".
O Londrina chegou a divulgar um vídeo nas redes sociais no qual é possível ouvir o grito de "macaco". O Brusque pediu desculpas e, além de afastar Petermann, instalou câmeras no estádio.
O Brusque e Júlio Antônio Petermann foram punidos no 243-G do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD) que fala em “praticar ato discriminatório, desdenhoso ou ultrajante, relacionado a preconceito" em julgamento realizado em 24 de setembro. O clube catarinense perdeu três pontos e recebeu multa de R$ 60 mil. Júlio Antônio Petermann foi suspenso por 360 dias e multado em R$ 30 mil.
Um mês depois, atletas do Brusque e funcionários pediram a reconsideração do STJD. Celsinho foi alvo de racismo anteriormente duas vezes, em jogos contra Remo e Goiás.