Em meados da Série B, cheguei a elencar Gustavo Bochecha como um dos diferenciais do Juventude. Volante canhoto, que entrava na área e tinha uma qualidade especial na finalização. A cada gol ou assistência, chamava mais a atenção. A pergunta que mais se fazia: como o Botafogo liberou ele?
Porém, seja pelo desgaste provocado pela sequência de jogos ou por questões que não saberei explicar (talvez somente quem convive com o atleta no dia a dia e pôde acompanhar todos treinamentos), o rendimento dele caiu na reta final da Série B. Por vezes, Gabriel Bispo foi utilizado para dar maior consistência ao setor de meio-campo. Fazia sentido naquele momento. Bochecha nunca foi um cara pegador, de intensidade, mas sobrava na elegância e na visão de jogo, especialmente quando a dupla com Renato Cajá estava afinada.
Veio a temporada 2021 e, com Marquinhos Santos, o rendimento seguiu abaixo do esperado. Primeiro porque numa função mais de armação, quase como um camisa 10, Bochecha não rende o mesmo. Nas últimas duas partidas, o clássico Ca-Ju e a eliminação na Copa do Brasil para o Vila, ele foi titular, mas não completou os confrontos.
Alguns poderão dizer que falta intensidade, preferem um volante que dê carrinho ou não erre tantos passes na intermediária. A questão é que o volante que o Juventude está emprestando ao Coritiba erra mais porque, normalmente, tenta fazer diferente. E isso é cada vez mais raro no futebol atual.
Pensando em Série A, ficaria com Bochecha. Pelo menos para ser uma alternativa de qualidade para o meio-campo.