Justo e merecido. O cineasta porto-alegrense Jorge Furtado será homenageado pelo Festival de Cinema de Gramado com o Troféu Eduardo Abelin. Ainda não se sabe ao certo a hora da solenidade. O que se sabe é que o Furtado receberá a homenagem no dia 16 de agosto, durante a programação da 52ª edição do festival, que ocorre entre os dias 9 e 17.
Simbólico o cineasta receber o troféu em 2024. É que neste ano Furtado comemora quatro décadas de carreira e celebra 35 anos do lançamento de Ilha das Flores, eleito o melhor curta-metragem brasileiro da história, pela Associação Brasileira de Críticos de Cinema (Abraccine).
O troféu pro Furtado não premia apenas o diretor de filmes como Houve uma vez dois verões, O Homem que Copiava, ou Saneamento Básico: o Filme, tampouco o roteirista de obras como Grande Sertão e A Invenção do Brasil, ambos em parceria com o Guel Arraes. Para além do cinema e da televisão, o Furtado é um cara generoso, que dá força e estimula novas gerações.
Certa feita, em 2002, por conta do lançamento de Houve uma vez dois verões, em Caxias do Sul, em uma ação promovida pelo extinto Cineclube Grande Angular, o Furtado veio pra cá com parte do elenco e equipe do filme. Ao final da sessão e depois do debate que ocorreu na Sala de Cinema Ulysses Geremia, fomos jantar.
Assim que chegamos ao restaurante, o Furtado me chamou pra sentar ao seu lado.
— Soube que vocês vão fazer um curta-metragem e que vão usar uma câmera digital. Olha só, cuida com os movimentos muito bruscos porque essa câmera que vocês vão usar pode deixar borrões. Sei disso porque é uma similar a que usamos pra filmar Houve uma vez dois verões.
E por aí seguiu o papo. O Furtado não tinha o porquê me dizer aquilo. Contudo, por ser apaixonado pela linguagem cinematográfica e por se sensibilizar com os pequenos começos, ele dedicou parte do jantar pra dar dicas de enquadramentos e movimentos de câmera.
Saiba mais
- O Troféu Eduardo Abelin é uma homenagem concedida a diretores, cineastas e entidades de cinema pelo trabalho feito em benefício do cinema brasileiro.
- A honraria leva o nome de um dos pioneiros do cinema gaúcho, o diretor Eduardo Abelin.
- O cineasta Carlos Reichenbach foi o primeiro a receber a honraria, em 2001.
- Juntam-se a ele nomes como Cacá Diegues, Arnaldo Jabor, Carla Camurati e Laís Bodanzky.