Mulheres são uma importante força de trabalho da sociedade e a 13ª edição do estudo realizado pelo Observatório do Trabalho da Universidade de Caxias do Sul (UCS), em alusão ao 8 de Março, comprova mais uma vez. Foram 41.255 mulheres admitidas em 2023 em Caxias e 39.341 desligadas: um saldo positivo de 1.914. O número de homens contratados foi maior que de mulheres (43.920), mas o de desligados também: 42.464. Ou seja, o saldo referente ao sexo masculino foi menor: 1.456.
Conforme o estudo, intitulado Carta Especial das Mulheres no Mercado de Trabalho, o setor que mais recrutou mulheres em 2023 foi o de serviços, com 19.248 — em 2022, o maior número de admissões também foi no setor de serviços. A área com mais desligamentos nos últimos três anos também foi a de serviços.
A pesquisa mostra a diferença entre os anos de pandemia. 2021 teve o maior saldo de empregos entre as mulheres, com 4,3 mil novas vagas. O saldo se manteve positivo em 2022, mas menor, com 3.581 novas vagas.
Ainda segundo o estudo, mulheres com Ensino Médio completo registraram o maior número de admissões em 2021, com quase 2,3 mil novas vagas, representando um acréscimo de 7,8% em relação a 2020.
A carta do Observatório usa como fonte de dados as informações da Relação Anual de Informações Sociais (Rais) do Programa de Disseminação de Estatísticas do Trabalho (Pdet) do Ministério do Trabalho e Previdência Social (MTPS). Ela é de extrema importância porque tem o objetivo estimular o debate social sobre a inserção feminina no mundo do trabalho.
Buscou novo emprego e conseguiu
Brenda Vitória de Jesus Cunha, 19 anos, é uma das mulheres contratadas no ano passado em Caxias. Foi admitida como auxiliar administrativo em uma corretora de seguros. Ela estava empregada antes como caixa em um restaurante, mas buscava um “emprego melhor”.
— Comecei a procurar por causa dos horários e dos finais de semana e consegui por meio de uma indicação — conta.
A jovem trabalha desde os 16 anos e sempre atuou como caixa, em mercado e livraria também. A nova posição garantiu o que ela buscava e ainda busca: uma remuneração maior. Agora, ela já planeja voltar a estudar e cursar, talvez, Psicologia.
Mulheres ainda com salários menores
Infelizmente, de acordo com a carta do Observatório, mulheres continuam sendo menos valorizadas que os homens quando o assunto é salário. Elas ganham, em média, 20,5% menos que eles. É como se a cada ano a mulher trabalhasse 74 dias de graça.