Neste fim de semana que antecede o Dia Mundial de Conscientização do Autismo, lembrado em 2 de abril, é destacamos a jornada pessoal e profissional de Claudia Favretto, relações públicas, escritora e planejadora de marketing, que contribui sobre o tema com a recente elaboração de um livro, que oferece orientação e apoio às famílias que enfrentam o Transtorno do Espectro Autista (TEA). Por meio de suas vivências particulares e da partilha de histórias de outras famílias, a filha de Vilson Favretto e Rosane Terezinha Caldato Favretto, é autora do “Autismo de Bom Amor”, obra publicada pela editora Axé Books, reconhecida com o Título Honoris Causa, concedido pela ASBRAC e FACETEN/FACTEFERJ. Casada há 16 anos com Artur Felipe Bonotto, Claudia é mãe de Bernardo Bonotto, sete, e de Matteo Bonotto, dois meses. Ela enfrentou desafios e aprendizados profundos ao lidar com o TEA e agora com seus estudos transmite uma mensagem de esperança, e inspiração para aqueles que vivenciam trajetórias semelhantes.
Como foi a experiência de escrever um livro que aborda o Transtorno do Espectro Autista? Desafiador pois nunca pensamos na exposição devido ao preconceito da falta de informação. Mas se falarmos sobre o assunto somente entre as famílias atípicas, jamais mudaremos essa realidade. Sentimos o chamado de fazer a diferença. Tenho o privilégio de contar com meu marido nessa jornada, ele nunca mediu esforços para proporcionar as melhores oportunidades ao Bernardo e nossas famílias sempre acolheram as dificuldades e as bênçãos com a mesma motivação e amor. Nossa voz geralmente é ouvida como um grito, em momentos que exigimos nossos direitos assegurados por Lei, em lutas insistentes contra o preconceito, em situações conflitantes. O livro traz o tom do silêncio, o cansaço de gritar, o que é vivido nos bastidores. É como um colo disponível para ser quem somos de verdade.
Como surgiu a inspiração para escrever o livro “Autismo De Bom Amor”? Surgiu do próprio Bernardo. Estávamos a caminho de uma sessão de terapia, de nossas 20 horas semanais, e lembro de estar bastante cansada quando ouço ele falar no carro “Bom dia pra quem acorda DE BOM AMOR”. Eu realmente precisava levar adiante a personalidade incrível de um menino que transforma as vidas em que toca.
Você fala em famílias típicas e atípicas, qual é o propósito do livro para ambas? Quando uma família recebe o diagnóstico não sabe por onde começar, pois os novos contatos necessários não são de profissionais da saúde que estamos acostumados a visitar. O livro traz esse roteiro de possibilidades, esse alento de caminhos a seguir, em paralelo com o relato da nossa vivência e de outras famílias que já viveram essa angústia. Para as famílias típicas é um compilado de informações. Que todos compreendam que diversidade não diz respeito a diagnósticos, mas a todos os seres humanos, que são únicos. Que a riqueza de uma sociedade está justamente nessa complementaridade de indivíduos.
O que espera do futuro das crianças com TEA em relação à inclusão social e ao reconhecimento de suas potencialidades? Nem otimista, nem pessimista, uma realidade esperançosa, pode? O excesso de informação disponível, por vezes traz consigo a desinformação. Existe oportunismo em todos os meios, mas também muita gente séria trabalhando. Estamos longe de um mundo ideal, mas cada vez mais temos pessoas engajadas em transformar essa realidade e eu prefiro olhar e caminhar com elas.
Quais são seus objetivos para 2024? Com o Bernardo e a intensidade de terapias, muitas mudanças aconteceram. Assim como a maioria das mães atípicas, precisei me adaptar profissionalmente para ser onipresente, proporcionar todo o suporte de tempo que ele demandava sem anular os objetivos da carreira. Com a chegada do Matteo há apenas dois meses, essa realidade se intensificou. Meu objetivo para 2024 não é um plano bem elaborado em uma gestão de sucesso. É estar presente, conciliando amor e responsabilidade materna, com a paixão pela escrita e, quem sabe, trazer novas reflexões e inspirações por meio de futuros projetos.
RAIO-X
- Meu lugar no mundo... é cercado pela inocência e sabedoria das crianças.
- Viver é… saborear a simplicidade.
- Passaporte para... a Tailândia.
- Uma palavra de ordem: coragem.
- Gostaria de ter sabido antes que... a opinião do outro importa menos do que o que carregamos em nosso interior.
Onde encontrar?
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- Do Arco da Velha
- Consonar Musicoterapia
- Consultório de Fonoaudiologia Cinara Fonseca de Andrade
- Joy Espaço de Desenvolvimento Infantil