Primeiro Vitor Hugo Senger projetou casas, espaços para morar. Da formação em Arquitetura pela Unisinos, ficaram boas lembranças, um olhar atento à beleza. Mas as artes plásticas falaram mais alto.
– O último apartamento que eu projetei foi o meu. E já faz alguns anos – diz, entre sorrisos, o artista plástico que vive em Caxias do Sul há 12 anos e tem demonstrado sua habilidade para criar obras festejadas pelo bom gosto.
No ano passado, ele realizou uma bem-sucedida exposição na Galeria Arte Quadros retratando cães e gatos. A ideia deu tão certo que já neste mês ele volta ao espaço para uma Vitrine Conceito elaborada em parceria com a arquiteta Alessandra Mosna.
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Retratar pets tem muito a ver com um gosto pessoal. Na casa dele, o irrequieto maltês Nicolas é seu xodó. Ele também já teve outro maltês, Joãozinho, e uma lhasa apso chamada Phoebe.
– Faço um trabalho mais conceitual para retratá-los pois tenho paixão pelos bichos. Eles sofrem verdadeiras sessões de tortura, sofrem muito pela vaidade do ser humano. E não têm como falar. Ainda bem que existem muitos trabalhos de ONGs para defendê-los. Com a minha arte falo por eles – diz.
Além dessa nova exposição, ele também deve ocupar as paredes da Galeria Municipal Gerd Bornheim, em 2021, em uma mostra que receberá a curadoria de Jacks Ricardo Selistre. E segue na produção intensa no atelier de sua casa. Ali mergulha na inspiração. Às vezes invade noite adentro para criar seus acrílicos sobre tela. E quer que, além de decorar, suas criações tenham uma função social.
– Acredito que a arte tenha que provocar algum sentimento no observador, fazê-lo pensar sobre determinado assunto – revela Vitor Hugo, que também retratou celebridades, budas e flores exóticas em outras séries.
Algumas de suas pinturas foram parar nos Estados Unidos, em um showroom da Saccaro, em Miami. Além disso, foi procurado por um arquiteto argentino, que encomendou um quadro seu. E, como sua arte, Vitor Hugo também gosta de estar no mundo. Coleciona viagens memoráveis por Paris, Nova York, Hong Kong, Florença, Londres e Barcelona, entre tantas.
– Viajar abre a cabeça da gente, podemos aprender, buscar referências, é tudo muito rico – conta o libriano filho de Osmar Senger e Maria Marta John Senger, que completou 46 anos no fim de setembro e está cursando uma pós-graduação na UCS em “Artes Visuais: Pensamento e Produção Contemporâneos”.
Se viajar é bom, nosso entrevistado também é daqueles que adora ficar em casa, curtindo seu mundo particular.
– Quando saio, quero conhecer propostas legais que sejam melhores daquilo que tenho em casa. Ou que pelo menos sejam surpreendentes – diz.
Low profile de um jeito bem particular, esse artista gosta de saber que seus trabalhos ganham outros sentidos além do que ele imaginou quando se espalham por diferentes lugares.
– O retorno do público é muito bacana. Saber que as pessoas gostam, admiram e elogiam o teu trabalho é sinal de que você está no caminho certo – acredita Vitor Hugo.
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