Vivaz, inquieta, dinâmica e cheia de histórias para contar. Assim é Genoveva Parmeggiani Finkler, artista plástica cuja trajetória é respeitada pelo conjunto da obra repleta de nuances.
– Fiz muitas coisas e todas elas são feitos que amo – avisa logo na chegada, um dia antes dela completar 79 anos, festejados na última terça-feira.
Nesse tempo ela contabiliza a formação em Artes Plásticas na Universidade de Caxias do Sul (UCS), pós-graduação em História da Arte e Colonização Italiana, além de quatro especializações na Itália, mais os 25 anos como professora no Colégio Imigrante!
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Para cada etapa da vida, Geno tem uma lembrança. E são inúmeras, que incluem 52 anos dedicados à criação artística. Fez de tudo um pouco: começou pelas tramas em vime, depois gravuras, aquarelas, desenhos, esculturas em madeira com o mestre Nelson Aimi e em argila com Mayta Pasa e Rojane Lopes Maffeis, a técnica do batik com aulas ministradas pela colega e amiga Vera Martini e até ilustrou um livro dedicado as crianças escrito por Helena Dossin e intitulado “O Bicho-Carpinteiro. Quem é esse tal?”.
– O primeiro tapume pintado em Caxias foi feito por mim e pela Rita Brugger – conta, toda vaidosa do gesto de vanguarda.
Atualmente tem mais de 80 obras de diferentes fases. Está vendendo tudo.
– Quero colocar as peças em circulação. Tem muita gente que não tem um quadro da Geno – diverte-se, apontando quadros com representações de pássaros, cavalos, cenas de natureza. Mas ela segue desenhando com lápis de cor.
Movimentar-se, aliás, também é um dos seus trunfos. Guria que cresceu “nos matos da Primeira Légua”, por dez anos foi campeã em Orientação. Tem uma mesa decorativa da casa cheia de medalhas.
– Fui melhor atleta em caminhada e corrida. Agora parei por causa da pandemia. Mas frequento academia e jogo vôlei – conta cheia de pique.
Agilidade não lhe falta na hora de cultivar a horta e o pomar que ocupam boa parte da casa da ladeira onde também estão a loja Guenoa e o Paiol, dos filhos dela. Geno esparrama-se em cuidados com temperos, saladas que ficam ao lado de 25 orquídeas e dezenas de pés de dálias.
– Não existe coisa melhor do que mexer na terra. Nasci no meio do mato, entregava leite quando subia para estudar no Colégio São José – rememora, enquanto colhe bergamotas e limões.
Então, fala rapidamente da comida caseira que preparava para almoços e jantares na Pipa da Geno, espaço gastronômico que cuidou por anos: “A Pipa da Geno era arte”.
Tudo nesta artista é intenso. Tamanha amorosidade ela distribui em família. A filha de Olinto Parmeggiani e Mercedes Kaller tem cinco filhos: Michelle e Jacques (in memoriam), Jean e Voltaire, frutos do casamento com Mário José Finkler. Eles lhe deram sete netos, que ela enumera e explica a origem indígena de alguns dos nomes: Victor, Mayron, Thiago, Abaeté, Caiuá, Kaluanã e Francisco. São esses os amores, cores e sabores da múltipla animada Genoveva.
– Tomo meia taça de vinho ao meio dia e meia à noite. O vinho imuniza as pessoas. A gente aprende tudo em família. Gosto disso – diz entre sorrisos.
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