A monja budista Pema Chödrön tem um pensamento instigante, que também expressa minha maneira de ver a realidade: “Comece onde você está, use o que você tem, faça o que você pode”. Esperamos pelo momento e pelas condições ideais para nos propor a realizar qualquer mudança. Nem falemos daquelas de final de ano. Ou você sabe quem conseguiu emplacar alguma? Comigo nunca funcionou. Aliás, todo propósito ancorado em uma convenção de calendário costuma durar pouco. Alcançar um objetivo, desses para mudar a vida, exige enorme empenho. Porém, a determinação vem ancorada, em certo sentido, num investimento mental. Nossa tendência é a procrastinação. Vou fazer amanhã, hoje estou cansado, não tenho tempo, preciso pensar mais, etc. O cérebro opta por gastar a menor quantidade possível de energia. Para ele, a repetição é bem-vinda. O familiar idem. Contudo, significa uma verdadeira paralisação, uma atrofia no crescimento. Por anos agi assim: se estava mediano, ficava quieto. Me “curei” com terapia e infinitas conversas com amigos. Eles são fundamentais nesse intento tão complexo. Eu sei, toda ruptura causa desconforto: entretanto, contentar-se com o já sabido é insuficiente.
Desacomode-se
Opinião
Sem desculpas
A condição humana se ancora na superação. É preciso seguir. Sempre seguir
Gilmar Marcílio
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