Você nem percebe quando o esgotamento vai chegando. Normalmente ele é sorrateiro. Os primeiros avisos são mentais. Logo em seguida, o corpo lhe diz com clareza: já basta! Depois, é o curto-circuito. Apesar disso, quase ninguém fica atento a esses sinais inequívocos que recebe. A ordem é esticar a corda um pouco mais. No excesso de trabalho, em relações desgastadas ou mesmo nestas miudezas cotidianas com as quais nem costumamos nos preocupar. Ao seu redor, quantas pessoas já devem ter mostrado o quão exaustas estão! Em alguns casos, seguem assim por medo de perder o emprego, desagradar alguém próximo, mudar, enfim. Em nenhuma outra época da história nos surpreendemos tão aflitos. Para cada ganho, várias perdas. Férias parecem uma sucessão de obrigações para se divertir. Como cansa descansar! É preciso aproveitar tudo, como numa espécie de gincana em que o objetivo é obter o primeiro lugar. Por gentileza, não me convidem para relaxar em praia lotada ou em festas com música estridente. E, já vou me defendendo: nem é sintoma da idade, pois sempre preferi a quietude, os grupos menores, a fala em tom baixo.
Quietude
Opinião
Aprendi a não fazer nada
Os mestres estoicos são meus guias. Ensinam-me a ganhar a vida sem grandes desperdícios. O saldo na conta existencial é generoso
Gilmar Marcílio
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