A configuração dos atores eleitorais desta eleição à prefeitura de Caxias do Sul, com PT e PCdoB oferecendo apoio ao candidato Adiló Didomenico (PSDB) para "derrotar a extrema-direita", apoio que se confirmou decisivo para a vitória do tucano, permite no ambiente político caxiense um avanço na compreensão dos diferentes, de que diferença política não é pecado, e que a normalidade e a maturidade do raciocínio político devem ser conviver com ela com respeito, civilidade e fraternidade. Afinal, houve um bônus eleitoral para Adiló oferecido a ele por quem pensa diferente, ajudando na reeleição. Será um avanço ainda parcial, que não alcança todos os matizes políticos, mas que deve ampliar espaço para essa visão democrática. Tomara. Diferença política é o saudável exercício de pensar diferente.
A pergunta sem resposta
Ainda que Adiló não quisesse se aproximar de partidos de esquerda, como PT e PCdoB, que orientaram voto em sua candidatura, a partir de agora, a convivência entre esses campos políticos, com todas as diferenças políticas entre eles, deve ser mais respeitosa e qualificada. O que é bom para a política.
A pergunta que ficará sem resposta é: fosse o contrário, Adiló, que sempre fez ressalvas históricas à esquerda, toparia orientar apoio a Denise Pessôa, candidata do PT à prefeitura?