O 1º de junho está se tornando, a cada ano mais, uma data esquecida em Caxias do Sul. Não deveria ser assim. A data marca a chegada do trem em 1910 e a elevação da Vila de Caxias à condição de cidade. Naquele ano, a cidade esteve em festa para a chegada do trem, e este fato é central para impulsionar o desenvolvimento de Caxias. Porém, este ano, o 1º de junho não mereceu nenhuma menção, nenhuma lembrança. Perdeu prestígio a data, perdeu prestígio o trem. Uma injustiça a ser reparada.
Na década passada, cinco municípios da região – Caxias do Sul, Bento Gonçalves, Farroupilha, Carlos Barbosa e Garibaldi – mobilizaram-se em torno do projeto do Trem Regional. Tem importância social, ambiental, econômica e turística. Em 2014, uma reunião em Brasília de um grupo de trabalho da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) atestava que o projeto de trem regional da Serra Gaúcha era o mais avançado entre 64 projetos em tramitação no país, já tendo aprovado o estudo de viabilidade técnica, econômico-financeira, social e ambiental, realizado pelo LabTrans da Universidade Federal de Santa Catarina e tendo sido realizada uma audiência pública pelo Ministério dos Transportes.
O grupo de trabalho também informava que o projeto da Serra tinha assegurados recursos do PAC 3, do governo federal da época, como trecho-piloto do Programa Federal de Trens Regionais de Passageiros. Quer dizer, uma série de etapas estavam vencidas, mas todo esse acúmulo de mobilização se perdeu. É inacreditável.
A boa notícia que vem do MobiCaxias é que a ideia do Trem Regional está viva.
– Não é uma ideia abandonada. Há um grupo de trabalho (da Câmara de Infraestrutura do Mobi e do Estudo Agenda Eleições 2022) dedicado ao assunto (grupo denominado Acesso Ferroviário). Está no nosso portfólio de projetos – diz o diretor executivo do MobiCaxias, Rogério Rodrigues.
Acompanhamento do Mobi
Sobre o projeto Trem Regional, há um longo caminho a ser vencido e muita burocracia a desenrolar. Rogério Rodrigues, diretor do Mobi, menciona que, no momento, o projeto não se mostra viável sob o ponto de vista econômico pelo volume de fluxo, e a partir de informações do Plano Nacional de Logística (PNL) 2035 do governo federal, acarretando todo esse conjunto burocrático em insegurança jurídica a investidores. A dificuldade centra-se em que a concessionária Rumo detém a malha ferroviária, o que embaraça o interesse de eventual investidor. Porém, o grupo de trabalho da Câmara de Infraestrutura do MobiCaxias e do estudo Agenda Eleições 2022, denominado Acesso Ferroviário, acompanha o desenrolar.