Com o anúncio de implantação de um campus da UFRGS em Caxias do Sul, na segunda-feira, pelo MEC, uma das discussões mais palpitantes se dá em relação aos cursos a serem oferecidos. Inicialmente, no começo, foram confirmados seis cursos no campus, para 2,8 mil alunos. O debate já começa a acontecer, e certamente se ampliará bastante.
O ministro de Apoio à Reconstrução do RS, Paulo Pimenta, que tem feito a relação entre MEC e lideranças da mobilização pela universidade, em especial a deputada federal Denise Pessôa e o deputado estadual Pepe Vargas, ambos do PT, mencionou em entrevista à Rádio Gaúcha Serra, na terça-feira, que um grupo de trabalho “rapidamente vai avançar na definição dos cursos”, que serão seis. Os cursos foram assunto na sessão da Câmara de Vereadores já na terça-feira. O vereador Mauricio Scalco (PL) disse que eles devem estar vinculados à vocação da região, “vocação metalmecânica”. Mencionou Engenharia, mas não deixou de citar Medicina. O vereador Renato Oliveira (PCdoB) mencionou especificamente Medicina.
– Eu espero que tenha curso como o vereador Scalco falou, que tenha os cursos de preferência aqui da região, mas que tenha curso de Medicina aqui. Os filhos dos trabalhadores precisam do curso de Medicina também.
O curso de Medicina é emblemático porque simboliza como nenhum outro, por seu elevado custo em universidade privada, a democratização do acesso ao ensino superior chegando efetivamente à região.
Nesta quarta-feira, um partido político, o PCdoB, por meio de sua Comissão Política Municipal, emitiu nota pública em que defende “a necessidade da extensão da UFRGS priorizar as Engenharias”. “O PCdoB opina e quer discutir com a comunidade”, diz o texto. O partido exemplifica áreas a serem priorizadas, como as de tecnologia de dados e informação, metalurgia, metalmecânica, automotiva, elétrica, química, física nuclear e de minas. “É papel estratégico da instituição pública de ensino superior formar mão de obra qualificada para o desenvolvimento soberano da nação”.
O debate sobre os cursos do campus começou. E vai pegar fogo.