O jornalista Henrique Ternus colabora com o colunista Ciro Fabres, titular deste espaço.
Termina na sexta-feira (5) o período da janela partidária, em que vereadores no último ano de mandato podem trocar de partido sem perder o cargo. É o mesmo prazo limite para quem deseja concorrer se filiar a um partido ou trocar o domicílio eleitoral. A semana promete movimentações importantes em Caxias, que podem indicar ou até confirmar os últimos passos do tabuleiro.
O Progressistas, cujo diretório municipal foi dissolvido, deve ter novo comando escolhido pela executiva estadual e oficializado nos próximos dias. O novo presidente terá duas principais atribuições: a primeira, com prazo mais flexível, é ouvir os pré-candidatos e decidir o melhor caminho para a sigla em Caxias. A segunda, essa mais urgente (e que dará uma bela dica sobre a primeira ação) é confirmar ou não a filiação dos vereadores Gladis Frizzo (ainda no MDB) e Adriano Bressan (ainda no PRD) — ambos têm pretensão de apoiar o pré-candidato Maurício Scalco (PL) à prefeitura, sendo Gladis o nome favorito para vice.
Com a dissolução do diretório, o caminho fica aberto para a filiação da dupla. Eles têm apoio da executiva estadual para entrar no Progressistas, apoiar os partidos de direita e formar a maior bancada da Câmara de Vereadores, com três ou talvez quatro integrantes (caso o atual secretário de Turismo, Ricardo Daneluz, decida voltar ao Legislativo).
Apesar de o destino progressista parecer selado, tudo precisa estar formalizado até sexta-feira. Tudo indicava que a situação estaria resolvida na primeira semana do mês, mas agora será uma corrida contra o tempo.
Destituição explicita lados
O presidente, deputado federal Covatti Filho, não esconde sua preferência. Ele participou de jantar da direita em 15 de fevereiro, em Caxias, e posou para fotos com Scalco, Gladis, Bortoluz e o deputado federal Maurício Marcon (Podemos).
A decisão, aprovada por maioria da executiva estadual, além de confirmar a posição estadual sobre as eleições em Caxias, jogou um "balde de água fria" na dissidência interna do partido na cidade. O grupo — liderado pelo então vice-presidente Marcelo Vanzin e os presidentes dos movimentos afro, jovem e da mulher — preferia o apoio à reeleição do prefeito Adiló Didomenico (PSDB).
Sobre a destituição, a dissidência diz que "foi proferida em caráter liminar, ou seja, eles decidiram antes de dar a oportunidade de defesa efetiva por parte do diretório", e que "vai ser aberto um prazo para defesa e depois será julgado em definitivo".
Reforma no secretariado e novidades sobre vice
Na sexta encerra também o prazo para secretários municipais que pretendem concorrer se desincompatibilizarem do cargo. Pelo menos cinco nomes do primeiro escalão caxiense devem deixar o governo: secretários de Habitação, Wagner Petrini (PSB); do Desenvolvimento Econômico, Élvio Gianni (PSDB); do Meio Ambiente, João Uez (ainda sem partido); da Educação, Edson da Rosa (Republicanos); e de Gestão e Finanças, Cristiano Becker da Silva (PRD). Um sexto nome, do secretário do Turismo, Ricardo Daneluz (PP), também pode deixar o cargo. Os secretários devem ser exonerados na quinta (4).
As trocas podem dar indicativos do futuro da chapa do prefeito Adiló. Nome favorito até o momento para ser candidato a vice, João Uez vai confirmar até o final da semana nova filiação partidária, que deve ser no Republicanos. Recentemente, Daneluz foi ventilado como possibilidade a vice também, caso o Progressistas tivesse maioria para apoiar Adiló.
Questionado recentemente pela reportagem, o prefeito despistou sobre as mudanças, e disse que "a primeira semana de abril reserva grandes emoções".