O jornalista Henrique Ternus colabora com o colunista Ciro Fabres, titular deste espaço.
A divisão no Progressistas ganhou novo capítulo com a entrada de Ricardo Daneluz no partido. Ele filiou-se ao PP no final de janeiro, com anuência das executivas estadual e municipal, um indicativo de que retornaria à Câmara até o final da janela, em 5 de abril (que também é o prazo hábil para que secretário de governo deixe a função para poder concorrer no pleito de outubro).
Nos bastidores, entretanto, ventila-se uma articulação para que Daneluz seja o candidato a vice ao lado de Adiló. Questionado se pode aparecer em uma chapa na eleição majoritária, o secretário não negou.
— Não descarto essa possibilidade (de participar de uma chapa à majoritária). Estou guardando a turbulência desses últimos dias (para decidir se volta à Câmara). A vereador não devo concorrer na eleição — afirma Daneluz, que, se decidir voltar à Câmara, vai ocupar a cadeira hoje ocupada por Lucas Diel, que trocou o PDT pelo PRD na segunda-feira (25).
Recai sobre o Progressistas o maior imbróglio para os últimos dias da janela. Internamente, há um racha na legenda entre apoiadores de uma aliança com partidos de direita, liderados pelo presidente municipal, o vereador Alexandre Bortoluz, e a dissidência que defende apoio ao prefeito Adiló Didomenico (PSDB), que vai tentar a reeleição. Essa queda de braço envolve articulações das duas partes com lideranças estaduais do partido, como o presidente e o vice-presidente da legenda no Estado, os deputados federais Covatti Filho e Afonso Hamm, respectivamente.
Portanto, é a solução da dissidência interna do PP que vai ditar os próximos passos para as futuras chapas de Scalco e Adiló e as mudanças na Câmara. Ainda em relação ao prefeito, o nome mais forte que estava sendo cogitado para concorrer a vice-prefeito com Adiló é de João Uez, atual secretário do Meio Ambiente. Ele já confirmou que vai deixar o governo na primeira semana de abril e filiar-se a um partido, que deve ser o Republicanos. No caso de Daneluz se estabelecer como o nome favorito à chapa, Uez pode ser candidato a vereador.
Até o momento, a tendência mais forte é de que a vereadora Gladis Frizzo troque o MDB pelo Progressistas e seja candidata a vice-prefeita em chapa com Maurício Scalco (PL) — que reúne ainda apoio do Podemos, do deputado federal Maurício Marcon, e do Novo. Junto com Gladis, Adriano Bressan tem encaminhada a troca do PRD pelo PP. A confirmação destas movimentações depende, entretanto, do imbróglio ser resolvido.