A 10 dias do fechamento da janela partidária, quatro bancadas da Câmara de Vereadores de Caxias do Sul encaminham-se para encerrar o período com mudanças nas suas composições, e uma nova deve ser criada. MDB, PDT, Progressistas e PRD devem ser impactados pelo troca-troca de partidos promovido pelos vereadores de olho nas eleições, e o União Brasil deve ser a novidade no Legislativo. Entretanto, alguns bastidores precisam ser destravados para que as tendências se confirmem até o dia 5 de abril, de fechamento da janela.
Recai sobre o Progressistas o maior imbróglio para os últimos dias da janela. Internamente, há um racha na legenda entre apoiadores de uma aliança com partidos de direita, liderados pelo presidente municipal, o vereador Alexandre Bortoluz, e a dissidência que defende apoio ao prefeito Adiló Didomenico (PSDB), que vai tentar a reeleição. Essa queda de braço envolve articulações das duas partes com lideranças estaduais do partido, como o presidente e o vice-presidente da legenda no Estado, os deputados federais Covatti Filho e Afonso Hamm, respectivamente.
Até o momento, a tendência mais forte é de que a vereadora Gladis Frizzo troque o MDB pelo Progressistas e seja candidata a vice-prefeita em chapa com Maurício Scalco (PL) — que reúne ainda apoio do Podemos, do deputado federal Maurício Marcon, e do Novo. Junto com Gladis, Adriano Bressan tem encaminhada a troca do PRD pelo PP. A confirmação destas movimentações depende, entretanto, do imbróglio ser resolvido.
— Provavelmente a gente se filie na semana que vem. Estamos ajustando os últimos detalhes. O presidente estadual (Covatti Filho) nos garantiu que irá resolver esse impasse na executiva municipal. Queremos consenso, e o presidente nos garantiu que o PP estadual e municipal querem muito o crescimento do partido e a vinda da vereadora Gladis como pré-candidata a vice na chapa com o Scalco, e eu para concorrer a reeleição — explica Bressan.
Dessa forma, confirmadas as filiações, é possível que o PP feche a janela compondo a maior bancada da Câmara, com quatro cadeiras: Alexandre Bortoluz, Adriano Bressan, Gladis Frizzo e Ricardo Daneluz, atual secretário de Turismo, que tende a retornar ao Legislativo na primeira semana de abril para poder concorrer em outubro.
União Brasil terá vereador pela primeira vez
Apesar de ter ganho um integrante com o vereador Lucas Diel, a bancada do PRD deve perder dois até o final da janela: além de Bressan, Clóvis de Oliveira "Xuxa" está de malas prontas para filiar-se ao União Brasil. Será, inclusive, a estreia do partido na Câmara de Vereadores de Caxias do Sul.
Outra possível saída na Câmara é a de Velocino Uez (PRD), que pode dar espaço ao primeiro suplente do partido, o secretário de Gestão e Finanças, Cristiano Becker da Silva. O parlamentar diz que tem poucas chances de concorrer a vereador em outubro, já que quer se dedicar mais à família. Apesar de receber apoio de eleitores, há outra definição que precisa ocorrer para definir o futuro de Velocino: ele só será candidato à Câmara se João Uez, seu sobrinho, se candidatar em uma chapa à majoritária, devido a um acordo familiar de que os dois não disputarão o mesmo cargo no pleito.
A saída de Diel do PDT também tira forças do partido, que vai encerrar o período apenas com Rafael Bueno na legislatura. Já os demais partidos (PCdoB, PSB, PSD, PSDB, PT e Republicanos) não devem sofrer alterações no número de integrantes das bancadas. Em relação às composições, o PSB deve ter o reforço de Wagner Petrini, o titular da cadeira no Legislativo, e que está licenciado para ocupar o cargo de secretário de Habitação na prefeitura caxiense.
As bancadas que devem mudar
MDB
- Antes da janela: duas cadeiras.
- Tendência pós-janela: uma cadeira.
PDT
- Antes da janela: duas cadeiras.
- Pós-janela: uma cadeira.
PP
- Antes da janela: uma cadeira.
- Tendência pós-janela: entre uma e quatro cadeiras.
PRD
- Antes da janela: três cadeiras.
- Tendência pós-janela: entre duas e três cadeiras.
União Brasil
- Antes da janela: nenhuma cadeira (sem bancada).
- Tendência pós-janela: uma cadeira.
* PCdoB, PSB, PSD, PSDB, PT e Republicanos devem terminar a janela sem adição ou redução de integrantes. Já o PL tende a manter as duas atuais cadeiras, mas pode chegar a quatro. É o Plano B caso Gladis e Bressan não ingressem no PP.