A movimentação que permite ao vereador licenciado Ricardo Daneluz (sem partido), atualmente secretário de Turismo do município, reassumir sua cadeira na Câmara de Vereadores carrega junto o governo municipal para dentro da votação do Caso Fantinel. Isso porque Daneluz está no primeiro escalão e seu chefe é o prefeito Adiló Didomenico, que concorda ou não com seu retorno à Câmara. A concordância, se chegou a haver ou não, fica implícita.
Na última semana de março, viralizou um áudio em que Fantinel dizia ter buscado o prefeito e o secretário de governo, Flávio Cassina, para pedir ajuda e apoio. “A resposta que o Adiló me deu foi: tudo que estiver ao alcance do gabinete dele será feito para me ajudar. Dentro da legalidade. Dentro da lei”, dizia Fantinel na mensagem de áudio.
Na ocasião, por meio da assessoria, o governo confirmou o encontro e a conversa com Fantinel. “O prefeito Adiló recebe todos os vereadores e não recusaria recebê-lo também. Mas isso não significa tomar uma posição num processo que compete ao Legislativo, não ao Executivo”, destacou a assessoria de comunicação.
A liberação de Daneluz para retornar à Câmara está dentro da lei, mas, inegavelmente, favorece a vida de Fantinel. Com a bênção, nesse caso específico, da administração.
"Sigo a orientação do PDT", diz líder do governo
O líder do governo, Lucas Diel (PDT), teve de ceder a cadeira para o retorno de Ricardo Daneluz. O movimento é sintomático. O retorno de Daneluz foi protocolado na Câmara às 16h45min de ontem. Minutos depois, às 17h33min, Diel postou mensagem em um grupo do PDT caxiense em que reproduzia orientação da assessoria jurídica do PDT-RS a favor do parecer da Comissão Processante, pela cassação de Fantinel. E escreveu embaixo: “Sigo a orientação do PDT.”
O esclarecimento veio depois que ficou confirmado que ele não votaria na sessão de hoje. Também é sintomático que, ao assumir a liderança de governo, em fevereiro, Diel, daquela vez, não seguiu a orientação partidária. Agora diz que segue.