Para quem não se deu conta, começou abril, o mês decisivo para a construção de um entendimento em torno da ocupação da Maesa. O mês precisa ser de muita conversa, e com secretário novo, o novo titular da Secretaria de Parcerias Estratégicas de Caxias do Sul, Matheus Neres da Rocha, que assumiu o cargo na segunda-feira (3). Há pelo menos quatro encontros setoriais marcados, aqueles espaços em que a prefeitura detalha sua proposta de ocupação a entidades: na CIC, a Câmara da Indústria, Comércio e Serviços (dia 10), no Sindilojas (dia 11), no Sinduscon, o Sindicato da Construção Civil, e na CDL, a Câmara de Dirigentes Lojistas, ambos no dia 19. Nesses encontros não há um debate, o contraditório entre propostas distintas para a gestão do complexo, mas o detalhamento da proposta da prefeitura, sem contraponto.
Três audiências públicas estão marcadas. Duas serão organizadas pela prefeitura: no dia 14 e no dia 25, ambos no auditório do Centro Administrativo. E a terceira, organizada pela Comissão de Legislação Participativa e Comunitária (CLPC) da Câmara, presidida pelo vereador Lucas Caregnato, atendendo a pedido da União das Associações de Bairros (UAB) e Associação Amigos da Maesa (AMaesa). É quando as duas entidades comunitárias irão detalhar a proposta que defendem para a ocupação da edificação, uma fundação pública de direito privado, nos moldes da Fundação Theatro São Pedro, que faz há décadas gestão e a manutenção do teatro em Porto Alegre.
Por fim, se encerra em abril a consulta pública lançada pela prefeitura em 28 de fevereiro para recolher sugestões de moradores e entidades. Ela se encerra em um prazo de 60 dias, portanto, no dia 29 de abril. Para participar, é preciso acessar o site da prefeitura e entrar no link das PPPs. Além do formulário a ser preenchido com sugestões e comentários, na mesma página estão disponíveis todos os documentos da proposta.
Que o diálogo possa ser produtivo, bem encaminhado e em busca da convergência possível. O controle da gestão da Maesa segue sendo o ponto mais sensível.
Diel reage a "forma agressiva"
O vereador Lucas Diel (PDT) lamentou a referência do assessor jurídico da UAB, Elói Frizzo, na discussão sobre pedidos de tombamento da edificação ao patrimônio histórico nacional encaminhados ao Ministério da Cultura. Diel e o vereador Maurício Scalco (Podemos) posicionaram-se contrários ao tombamento, e Frizzo sugeriu a eles "ficar calados se não conhecem (a matéria)".
— Causou espécie a forma agressiva. Somos parlamentares, temos legitimidade para expor, para divergir. A Maesa não é bem federal. A Maesa terá o controle público, e a parceria (público-privada) é o controle. Agora, se não gostou da proposta dele tem de ficar quieto? Não é assim — reagiu Diel.