As sessões dsta quinta-feira (16/3) da Câmara de Vereadores de Caxias do Sul já foram tensas pela votação dos projetos de alteração de dispositivos de leis que conformam a reforma da previdência municipal, aprovada em dezembro. Havia a presença de servidores na plateia, e o clima esquentou em um dos intervalos das sessões, com a manifestação de uma servidora aposentada, Rosângela Dalla Vecchia, que desagradou ao vereador Rafael Bueno (PDT). Rosângela é presidente do Conselho Deliberativo do Faps (o Fundo de Aposentadoria e Pensão do Servidor). Bueno reagiu no próprio intervalo e depois em declaração no final da sessão.
Houve manifestações de parte a parte que geraram troca de ofensas, embora as falas sejam relativizadas por quem as proferiu. Para não estender o assunto, a coluna vai se deter no ponto em que as declarações enveredaram pela “gordofobia”. Bueno diz que Rosângela lhe chamou de gordo e que fez declarações que “faltaram com o respeito” aos vereadores.
A servidora admite que fez a afirmação “até engordou depois que virou vereador”, mas diz que isso não é chamar de gordo.
– Fui chamado de gordo na sessão, uma senhora que pesa três vezes mais do que eu – disse Bueno ao final.
Ele não adota meias palavras e diz que falou a Rosângela durante o enfrentamento verbal:
– Tu não te enxerga, baleia?
A situação fugiu ao controle e resultou em dois BOs por ofensas, feitos pelos protagonistas. A coluna lamenta ter de referir-se ao assunto, mas o que houve em um das sessões extras não pode ficar sem registro.
Pobre ambiente legislativo
Rosângela e Bueno relativizaram suas manifestações.
– Pessoas que estivessem na minha situação (aposentada, vendo a aprovação de alíquota maior sobre o benefício) ficariam nervosas – disse Rosângela.
– Engordei 20 quilos. Estou fazendo tratamento de saúde – disse Bueno.
As explicações não justificam a alteração de ânimos. A plateia tem de entender que deve haver respeito ao Legislativo e aos vereadores. Já os parlamentares devem saber reagir ao que entenderem ser provocações, contendo exaltações. O que houve não é digno do ambiente legislativo. É preciso qualificar o debate e o ambiente das sessões.