Alguma reforma administrativa será encaminhada pelo prefeito Adiló Didomenico neste início de ano, com previsão de anúncio para o início de fevereiro, logo no retorno das férias do prefeito, programadas para a segunda metade de janeiro. Dimensão da reforma e seu conteúdo ainda estão em pleno andamento e articulações – embora os bastidores fervilhem e seja esse o assunto dominante no ambiente político em Caxias do Sul.
O prefeito indica que o objetivo de uma reforma neste momento surge a partir de situações similares à ocorrida na Secretaria da Cultura, onde a secretária Aline Zilli, que estava no cargo desde o início do governo, já tinha, conforme o anúncio oficial, “uma saída acordada”. São vacâncias que se abrem em pelo menos duas pastas – uma delas a de Recursos Humanos e Logística – e lacunas já existentes. A lacuna que está aberta é na Festa da Uva.
Ocorre que o componente político não costuma faltar na oportunidade de uma reforma administrativa. O momento para sua realização também é emblemático, a metade do governo, para ajustar gargalos na gestão. Sob esse aspecto político e de gestão, o coração das mudanças, conforme indicações de bastidor que se fortalecem a cada dia, está justamente na secretaria responsável por aquilo que o prefeito classificou como a “principal realização” de seu governo até aqui, o programa de regularização fundiária comandado pela pasta de Urbanismo, com a designação do titular, João Uez, para outra pasta, também importante.
Se consumada de fato, é uma mudança de elevado grau de risco, pois deixa de levar em conta um mandamento básico do universo do futebol: em time que está ganhando não se mexe, ao mesmo tempo em que também aproveita a capacidade de gestão de Uez em outra área. As demais eventuais mudanças são decorrentes desse movimento central, para ajustes de gestão e racionalização de secretarias.
Uma reforma administrativa, quando ocorre, tem a obrigação de funcionar. Trocar seis por meia dúzia, sem ganho de gestão, não vale o custo político da movimentação.
Vitrine
É inegável que, na pasta de Urbanismo, à frente do programa de regularização fundiária, o secretário João Uez está em posição de vitrine, que conquistou por mérito próprio. Uez é do mesmo partido do prefeito, o PSDB. Também é conhecido no ambiente político que João acalenta desde pequeno o sonho de ser prefeito. Eventual saída da Secretaria de Urbanismo o retira da principal vitrine do governo, mas não do centro da administração.
Está concorrida a busca por espaço no PSDB em ano pré-eleitoral.