Vinte dias depois do segundo turno, as manifestações na frente do quartel, o 3º Grupo de Artilharia Antiaérea (3º GAAAe), em Caxias do Sul, voltaram ao debate como assunto dominante na sessão desta quinta-feira (17/11) da Câmara de Vereadores. O vereador Lucas Caregnato (PT) leu carta de moradores das redondezas com pedido de auxílio ao Legislativo para o retorno à normalidade, que é assinada genericamente como "sociedade civil". A carta refere que "são corriqueiros os episódios de danos materiais, psicológicos, patrimoniais e interpessoais advindos de autointitulados manifestantes, que tomaram e tomam posse de via pública em frente ao 3º GAAAe" e que "o que mais espanta é a demarcação dos atos violentos com a garantia de espaço através do uso das estruturas da Secretaria Municipal de Trânsito".
O vereador Adriano Bressan (PTB) respondeu e discursou em defesa da manifestação como "democrática", "ordeira" e "pacífica". Bressan diz que levou demanda dos manifestantes sobre realização de atividade – uma janta, capaz de interromper uma de quatro pistas da Avenida Rio Branco – ao secretário de Trânsito, Transportes e Mobilidade, Alfonso Willenbring Júnior, obtendo dele o parecer de que não haveria prejuízo ao trânsito e que, nesse sentido, "ela (manifestação) é bem-vinda". O relato de Bressan vai ao encontro do que Willenbring, em linhas gerais, falara ao Pioneiro (edição de 15/11) sobre a relação dos manifestantes com o tráfego de veículos na frente do quartel.
Já o vereador Sandro Fantinel (Patriota) referiu que, em conversa com manifestantes, foi-lhe dito que o motivo dos atos não seria mais o "resultado das urnas".
– Não é por isso. Estão lá por causa das declarações do presidente eleito – disse.
No entanto, faixas e manifestações prosseguem, em Caxias e por todo o país, com a inscrição "SOS FFAA", ou "SOS Forças Armadas", o que só faz sentido no âmbito de uma intervenção militar. Os manifestantes seguem na frente do 3º GAAAe, à espera de sinalização das Forças Armadas ou do presidente Jair Bolsonaro.