Os partidos que estão de fora do segundo turno para a corrida presidencial começaram a formalizar apoios ou emitir posicionamentos nesta terça-feira. O PDT foi o primeiro e anunciou apoio ao candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em decisão unânime. A incógnita era o presidenciável do partido, Ciro Gomes, que, ao longo da campanha, fez críticas contundentes a Lula. Ciro, muito a contragosto, limitou-se a postar um vídeo em rede social em que diz que “acompanha a decisão do partido”, sem citar o nome do petista. Daí em diante, até o fim do vídeo, enfileirou críticas aos dois candidatos. Não parecia apoio a ninguém.
– Frente às circunstâncias, é a última saída. Lamento que a trilha democrática tenha se afunilado ao ponto que restem aos brasileiros duas opções, ao meu ver insatisfatórias.
E assumiu o risco de uma afirmação que poderá ser checada posteriormente. Disse não acreditar que “a democracia esteja em risco neste embate eleitoral”:
O Cidadania, que forma federação com o PSDB, também decidiu pelo apoio a Lula. A sigla emitiu nota em que diz: “O atual chefe do Executivo representa valores contrários aos princípios democráticos, ao respeito às diferenças e aos direitos humanos, à defesa da ciência e da vida. O presidente do partido, Roberto Freire, disse que a orientação de voto não representa adesão ao PT.
Já o PSDB decidiu liberar os diretórios estaduais e filiados para apoiarem Lula ou Bolsonaro em reunião virtual de integrantes da executiva do partido. A decisão coloca uma escolha difícil para o candidato ao governo, Eduardo Leite, uma espécie de equação eleitoral a resolver, com perdas e ganhos a serem analisados. Isso sob o ponto de vista eleitoral, porque há também a posição política a avaliar. Em 2018, Leite apoiou Bolsonaro na disputa com Fernando Haddad (PT).
Por fim, a terça-feira foi o dia de o ex-juiz e ex-ministro Sergio Moro anunciar apoio ao presidente Bolsonaro, com quem se desentendeu na saída do governo. “Lula não é uma opção eleitoral, com seu governo marcado pela corrupção da democracia. Contra o projeto de poder do PT, declaro, no segundo turno, o apoio para Bolsonaro”, escreveu Moro no Twitter.
– Apaga-se o passado e qualquer divergência que porventura tenha ocorrido – reagiu Bolsonaro.