O pré-lançamento da candidatura de Alexandre Bortoluz ( PP), o Bortola, à Assembleia, na quarta- feira (6/7), gerou mal-estar e evidenciou uma crise no PP caxiense. O pré-candidato do partido à Assembleia, conforme decisão unânime dos presentes em reunião da executiva municipal realizada em 12 de abril, é o ex-candidato a vice-prefeito Edson da Rosa. A posição foi confirmada à coluna pelo presidente do PP caxiense, Ricardo Golin. O nome de Bortoluz foi chancelado pela executiva estadual.
– Haver dois candidatos à Assembleia não é atitude da executiva (municipal), pois divide votos. Mas a gente não tira sonho de quem se elegeu vereador. Bortola conseguiu a vaga por Porto Alegre, eu não posso brigar com isso. Mas um prejudica o outro. Uma pena, me desanima – disse Golin.
O presidente do PP caxiense foi ainda mais duro:
– (A candidatura de Edson) É oficial do partido. O partido está focado na campanha do Edson. A outra (pré-candidatura) existe e é respeitada. A campanha do Edson está bem forte na região, mas isso sempre divide. (Bortola) Não respeitou a hierarquia e a ética foi pro espaço.
Segundo Golin, a opção do partido pela indicação de Edson foi por ele “ter se exposto e assumido a candidatura a vice-prefeito” na chapa de Edson Néspolo (PDT) na eleição municipal em 2020.
– A executiva tinha esse compromisso com ele – disse o dirigente partidário, que conta não ter sido convidado para o ato político de Bortola na quarta- feira.
O presidente do PP caxiense informa que o PP estadual terá entre 50 e 55 nomes na nominata para a Assembleia, com prioridade para as indicações dos municípios. As pré-candidaturas restantes, como a de Bortola, foram chanceladas, então, pela executiva estadual.
“Consciência tranquila”
Bortola diz que está com a“ consciência tranquila” em relação à sua pré-candidatura, porque “em 10, 12 anos, sempre defendi a bandeira do partido”.
– A gente entendeu que me elegi (vereador) mantendo posicionamento da pauta da segurança pública. A gente entende que não afeta o público do Edson, e vice-versa, temos posicionamentos diferentes. Conversando com o partido em nível estadual, tiveram a mesma impressão – disse Bortola.
“Nunca respeitaram minha história”
Sobre as críticas à sua pré-candidatura, Bortola comentou:
– Foi um acordo que fizeram pro Edson vir para o partido (indicação como candidato a vice e agora, à Assembleia). Eu não participei desse acordo. Faltou com a ética quem trouxe pessoas escondidas para o partido. Eles não respeitaram nunca minha história partidária, sempre tive que lutar sozinho. Se continuar assim e não tomar uma atitude diferente de condução partidária, (o PP caxiense) pode fechar as portas.
Edson já lançou pré-candidatura
A pré-candidatura de Edson da Rosa à Assembleia também teve lançamento. Foi em 22 de junho, data de aniversário do pré-candidato. Contou com a presença do pré-candidato ao governo, senador Luis Carlos Henize, do presidente do PP estadual, Celso Bernardi, do deputado federal Afonso Hamm, além de Golin e da presidente do Movimento Afroprogressista RS, Elisete Moretto.
O fato é que são dois caxienses pelo PP disputando à Assembleia, sem contar o exprefeito de Bento Gonçalves, Guilherme Pasin. Vai dividir voto. O prejuízo é geral.
