Pelo menos seis contêineres amarelos haviam sido incendiados desde sábado passado (2/7), quando houve três casos. Outros dois foram registrados na noite de segunda-feira (4/7) e mais um na terça (5/7). E, na noite desta quarta-feira, houve um sétimo caso (leia ao final). Um desses incêndios chama a atenção: foi na Rua Sinimbu, na quadra da Praça Dante Alighieri, quase em frente à Catedral Diocesana. Os casos estão com a Secretaria de Segurança Pública para investigação. Segundo a assessoria da Codeca, todas as ocorrências foram vandalismo. Na Praça Dante, porém, há um componente que parece deboche: foi no coração da cidade.
A Secretaria de Segurança deve buscar imagens de câmeras de segurança para tentar identificar o autor. As câmeras do sistema de vigilância não ajudam muito, o problema é reconhecido.
O episódio dá bem a dimensão da distância que a cidade se encontra dos parâmetros que configuram o badalado modelo de "cidade inteligente". Uma cidade que leva o conceito ao pé da letra não permite que o vandalismo a um contêiner na praça central ocorra. Vai detectar a intenção a partir de uma ampla central de monitoramento, prevenir, se movimentar rapidamente para impedir a consumação do delito.
Há um projeto municipal de cercamento eletrônico para instalação de 80 câmeras em rodovias e acessos à cidade e substituição das 51 câmeras da área central. Em maio, só metade dessas câmeras transmitiam imagens. A expectativa era de que os equipamentos pudessem ser instalados no primeiro semestre deste ano, que já se foi. A intenção esbarrou em questões técnicas e administrativas e a licitação não avançou até agora. Esse investimento é apontado como prioridade pelo Secretário de Segurança Pública, Paulo Roberto Rosa da Silva.
De metal, quem sabe
A presidente da Codeca, Maria de Lourdes Fagherazzi, já solicitou orçamento de um contêiner para lixo seletivo similar em tamanho e modelo, porém de metal, material de que são fabricados os contêineres verdes. Segundo a Codeca, não há registro de queima de contêiner verde, para o lixo orgânico. Ele costuma ser depenado, sendo levados itens como cabo de aço, rodinhas, dobradiças, até placas laterais, mas neles não é colocado fogo.
O valor de um contêiner amarelo está em torno de R$ 1,8 mil e 49 deles já foram vandalizados e destruídos em 2022. Prejuízo de R$ 88,2 mil.
Mais um
E na noite de quarta-feira, a Codeca informou sobre o incêndio do 50º contêiner este ano, na também na Rua Sinimbu, nas proximidades da esquina com Rua Garibaldi. Também na noite desta quarta, a Guarda Municipal deteve um homem na Rua Bento Gonçalves em situação de flagrante de vandalismo contra outro contêiner amarelo.