O prefeito Adiló Didomenico utilizou sua live semanal para fazer sua manifestação mais contundente até agora sobre o que ele chamou de "revés no Caso Magnabosco" ocorrido na última semana. Utilizando os dois primeiros minutos da live, ele entrou direto no assunto, sem maiores floreios, e deixou claro que, enquanto tiver algum recurso jurídico, o município irá recorrer. Semana passada, o Superior Tribunal de Justiça (STJ), em Brasília, considerou improcedente mais um recurso do município, chamado embargos de declaração, empregado para esclarecer pontos de uma sentença judicial. Nenhuma surpresa nessa decisão do STJ, pois embargos não alteram decisão de mérito.
– Enquanto tiver algum recurso jurídico, nós vamos lutar contra essa anomalia jurídica desse processo, que (o município) não tem condições de pagar nesse valor. Nós vamos em busca, porque esse valor é inadmissível.
Adiló questiona centralmente o valor da indenização, que ele menciona estar sendo falado em "mais de 1 bilhão de reais".
– Eu não concordo uma área que deve valer R$ 50 milhões, R$ 60 milhões, que se fale em mais de 1 bilhão de reais, inviabilizando o município por mais de 10 anos – enfatizou.
Adiló está correto em valer-se de sua prerrogativa como prefeito para tentar convencer o Judiciário, em alguma esfera ainda restante, e buscar um encaminhamento mais próximo do mercado imobiliário e das condições de pagamento pelo município. Nos termos em que a indenização está colocada, ela está fora dessa realidade. A questão é que existem cerca de 50 anos no meio. Mas o Caso Magnabosco está a exigir de todos os atores desprendimento e uma composição em busca da melhor solução, pois estão em jogo a prestação de serviços e investimentos para a população caxiense. Sem essa composição, Adiló confirma: vai até o fim na esfera jurídica.
Confira abaixo a manifestação de Adiló, na íntegra.
O que disse o prefeito
"Esta semana (semana passada) nós tivemos um revés no Caso Magnabosco. Nunca fui contra ou entendia que a família (Magnabosco) não poderia buscar seu ressarcimento. Eu fui eleito para cuidar dos interesses de Caxias do Sul, da população de Caxias. Eu não concordo uma área que deve valer hoje aproximadamente R$ 50 milhões, R$ 60 milhões, que se fale em mais de R$ 1 bilhão de reais, inviabilizando o município seguramente por mais de 10 anos. Enquanto houver algum recurso jurídico, nós vamos lutar contra essa anomalia jurídica desse processo, que não tem condições de ser pago nesse valor. Me desculpe quem pensa o contrário. Eu fui eleito para cuidar dos interesses do contribuinte, da população de Caxias do Sul. E nós vamos lutar. Enquanto tiver algum recurso jurídico, nós vamos em busca, porque esse valor é inadmissível. O município não tem condições de pagar. Nós não vamos inviabilizar um município próspero, trabalhador, de uma gente dedicada como é Caxias do Sul para pagar uma indenização que seguramente vai enriquecer algumas pessoas. Quero tranquilizar a população que nós vamos continuar lutando."