Com o ex-governador José Ivo Sartori na linha de frente (na foto), o deputado estadual Gabriel Souza foi indicado neste domingo pré-candidato do MDB ao Governo do Estado. Já era esperado, em especial depois que o outro postulante, o deputado federal Alceu Moreira, desistiu de inscrever sua pré-candidatura. Apesar de cerca de 800 correligionários de todo o Estado – número divulgado pelo partido – terem lotado o auditório da AIAMU (Associação dos Auditores Fiscais da Receita Municipal), em Porto Alegre, o MDB sai bastante dividido do processo de indicação, que inicialmente eram prévias, depois suspensas em nome da unidade, que se perdeu de vez quando a executiva estadual, em votação que terminou 7 a 6, decidiu que o diretório é quem faria a escolha. Lideranças históricas, entre elas, os ex-governadores Germano Rigotto e Pedro Simon, mais o prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo, encaminharam à executiva uma moção para restabelecer no processo de decisão do partido a participação da base. São nomes de peso. A moção foi derrotada na reunião do diretório, que não contou com a participação deles, nem de Cezar Schirmer, outra liderança histórica, que prometeu apresentar seu nome como postulante ao governo em outra instância partidária, certamente a convenção. Nenhum deles participou da reunião do diretório, nem Alceu.
Gabriel foi escolhido no diretório com 57 votos favoráveis e dois contrários (80,2% do total). O deputado estadual foi líder do Governo Sartori na Assembleia, que depois teve a oportunidade de presidir, no ano passado. Sartori, ciente do efeito da escolha no partido, e do modo como ela se deu, discursou após o resultado ser divulgado em favor da união do MDB.
– Vamos trabalhar para que a unidade se estabeleça, pois o Rio Grande precisa de todos nós – declarou Sartori.
Este é o primeiro desafio de Gabriel. Uma tarefa que não será simples. O processo de escolha deixou cicatrizes.