A 7 meses da eleição (em 2/10), o ambiente eleitoral está fervilhando. Março é mês de muitos movimentos eleitorais, e alguma movimentação também nas diversas pesquisas para a Presidência. É o mês em que é aguardada a filiação do governador Eduardo Leite ao PSD de Gilberto Kassab, sinalização que ficou clara na passagem de Leite por Caxias na CIC, no dia da abertura da Festa da Uva. É um movimento de elevado risco. Mesmo ostentando a aura da novidade eleitoral, buscando abrir espaço na chamada terceira via, o PSD não tem o mesmo suporte e densidade política que o PSDB, atual partido do governador, que não obteve nas prévias internas a indicação para disputar a Presidência.
Ao mesmo tempo, alterações mostradas pelas pesquisas indicam algum fortalecimento recente do presidente Jair Bolsonaro na corrida eleitoral. Não é bom para a pretensão de Leite, pois fecha-se ainda mais o espaço para a eventual terceira via. Será teoricamente mais fácil abrir este espaço junto a Bolsonaro, e não ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mais à frente nas pesquisas disponíveis.
Também para março é aguardada a filiação do ministro do Trabalho e Previdência Social, Onyx Lorenzoni, ao PL, partido de Bolsonaro, deixando o governo em abril para disputar o Piratini. A disputa no Estado segue pulverizada, com muitos candidatos. Um deles pode ser o vice-governador Ranolfo Vieira Júnior, que se torna governador confirmando-se a pretensão de Leite pela disputa à Presidência.
Já o MDB atrapalhou-se de novo. Tinha prévias marcadas para fevereiro para definir o candidato ao governo, tudo indicava que entre o deputado federal e presidente do partido no RS Alceu Moreira e o deputado estadual Gabriel Souza, o que era um caminho explosivo. Então chegou a turma do “deixa disso” para evitar um racha, o caminho das prévias foi abandonado, mas, desde então, a definição do nome para o Piratini não aconteceu. Pior para o MDB, que não cogita a hipótese de abrir mão de lançar candidato.