O tema transporte coletivo ganhou espaço na sessão desta quinta-feira da Câmara. O assunto cresceu desde reunião da Comissão de Desenvolvimento Urbano, Transporte e Habitação (Cduth) com a concessionária Visate, na semana passada. Na ocasião, a empresa, por meio do diretor-geral, Gustavo Marques dos Santos, detalhou a situação financeira e informou aos vereadores ter encaminhado solicitação de subsídio à prefeitura, no valor de R$ 3 milhões/mês para equilibrar o déficit operacional com a diminuição do número de passageiros desde março de 2020, na pandemia. Segundo o presidente da Cduth, vereador Wagner Petrini (PSB), o prefeito ainda não encaminhou nada à Câmara referente à pretensão da empresa. Ainda conforme Petrini, a empresa expôs cálculo sobre o valor operacional da tarifa neste momento, de mais de R$ 7, já próximo dos R$ 8. Não significa que será esse o preço solicitado para a revisão de tarifa, que já se aproxima, pois a base de cálculo para essa definição é outra.
O que fica claro é que o sistema tem cada vez mais dificuldade em se sustentar. Se for aplicada uma revisão de preço no próximo cálculo tarifário, sobre os atuais R$ 4,75, ela afasta usuários e se torna cada vez mais inviável. A palavra “subsídio” se torna inevitável dentro do debate. A hora ia chegar. E está chegando.
— O que eu defendo não é um subsídio para a empresa, mas um subsídio para o usuário. Que o município compre passagens e destine ao estudante, ao desempregado, à dona de casa, porque a gente tem que dar um jeito de manter a passagem, no máximo, no valor que ela está ou reduzi-la. O vereador Renato (Oliveira, PCdoB) lembrou, em janeiro a gente tem a revisão da tarifa. Se ficar do jeito que está, ela estará acima dos R$ 7. Isso significará um colapso, o fim do transporte público – disse Petrini.
O presidente da Cduth informou que, na próxima semana, tem encontro com o prefeito Adiló Didomenico “para ver o que a prefeitura tem em mente”.
Qual subsídio
Petrini relatou visita que fez ontem ao secretário de Mobilidade Urbana de Gravataí, Adão de Castro (na foto, os dois, com o vereador Paulo Silveira, do PSB, de Gravataí):
— Lá eles deram um exemplo para compensar essa diferença de queda de passageiros e na queda do valor que é do sistema de transportes, a prefeitura comprou 240 mil bilhetes (neste ano) e passou ao Cadastro Único para distribuí-los.
O vereador lembrou ainda algumas cidades que tiveram que colocar o subsídio:
— Hoje, o transporte público não tem como se manter sem o subsídio. Gravataí, Porto Alegre, Novo Hamburgo, São Leopoldo e Viamão, este ano já tiveram de fazer todo um aporte, uns de uma forma, outros de outra.