Não é possível menosprezar a força do presidente Jair Bolsonaro na região, onde obteve votação maciça na eleição para presidente em 2018, com percentuais que oscilaram entre 70% e 93% dos votos válidos. Ao desembarcar, ele já foi ao encontro de um numeroso e entusiasmado exército de apoiadores, que o esperava ao lado do Aeroporto Hugo Cantergiani. Bolsonaro demorou-se um pouco para passar em revista todos eles, pegou uma criança no colo, gerou aglomeração e já não usava máscara, como a grande maioria dos que o esperavam. Um ambiente fértil para o contágio.
Na UCS, após os atos de protocolo, outro ato de apoio se seguiu e o presidente, outra vez, foi ao encontro dos apoiadores. Ele gosta disso. A Serra faz bem para Bolsonaro. Em seu discurso, prejudicado por uma crise de soluço, Bolsonaro evitou temas espinhosos como a CPI da Covid e denúncias de corrupção. Mas disse que é cascudo para os enfrentamentos, e a referência que fez no terreno político foi justamente para valorizar o apoio popular.
— O que eu mais quero são eleições limpas, para que nós possamos garantir a vontade popular — discursou.
O componente desse apoio popular possibilita fazer projeções para 2022. Como ainda tem força, que não é pequena, Bolsonaro está credenciado por um dos lados da disputa. No outro, as pesquisas divulgadas recentemente indicam que o espaço está ocupado por Luiz Inácio Lula da Silva, e com percentual superior ao de Bolsonaro, segundo os levantamentos. Haveria margem para uma terceira via, não fosse o fato de que o espaço que resta é muito reduzido.
Bolsonaro sai fortalecido da Serra.