A morte de Paulo Gustavo é a mais emblemática da pandemia. É mais uma entre as mais de 420 mil perdas até agora, cada uma com suas dores e ausências, cada uma com igual valor. A peculiaridade, no caso de Paulo Gustavo, é que se trata de alguém com enorme visibilidade e reconhecimento como comediante e ator. Alguém com a cara do Brasil, pela irreverência e inclinação para fazer rir a partir da realidade, do cotidiano. Foi uma perda visível da pandemia, enquanto na avalanche das demais, cotidianamente, são perdas banalizadas, sentidas especialmente pelos mais próximos e mais queridos, cada uma com sua dor e relevância, mas empacotadas dentro do número diário de perdas. Número veemente, que fez chegar até 420 mil mortes, mas que não comove.
Perdas
420 mil mortes não comovem
A morte de Paulo Gustavo sacode um pouco, amplifica os estragos da pandemia
Ciro Fabres
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